Nossa sociedade desenvolveu um estigma em torno da velhice. É como se o envelhecimento fosse sinônimo de algo ruim e precisasse ser combatido a todo custo e aqueles que optam por curtir a velhice de sua própria maneira são criticados e atacados.
Candace Leslie Cima sabe muito bem disso. A mulher de 76 anos está na contramão dessa onda e aproveita os seus bons anos de vida da maneira que lhe parece melhor, sem limitar o seu vestuário e estilo de maneira geral. Por conta dessa atitude, vive sendo vítima de preconceitos e comentários maldosos.
No entanto, resolveu responder a esses ataques de provando que a idade não é uma inimiga, e que é possível envelhecer com elegância. Em um vídeo viral no TikTok, que já soma mais de 7,4 milhões de visualizações, ela respondeu a comentários sobre seu estilo.
No vídeo, Candace conta que costuma receber comentários como: “Você tem 60 anos, não deveria usar isso.”
Ela aparece vestindo roupas elegantes, incluindo uma camisa sem mangas e responde assim: “Na verdade, tenho 76 anos.”
Defensora do envelhecimento
Candace tem um blog em que trata desses assuntos e em um artigo fala sobre o estilo de camisa sem mangas, chamado Direito da Mulher de Amar os Braços.
Ela explica que usa muitos tops sem mangas, e sempre tem alguém que lhe escreve que mulheres com mais de 60 anos não devem desnudar os braços.
Ela compartilhou com os seus seguidores que em 1800 era inaceitável que uma mulher mostrasse os tornozelos em público. Nas décadas de 1920 e 1930, andar sem chapéu era considerado de muito mau gosto, enquanto nas décadas de 1940 e 1950 era esperado que as mulheres usassem luvas. A lista continua.
Para Candace, é importante compreendermos que é perfeitamente normal ter um pouco de pele flácida na parte superior do braço, assim como é normal ter rugas no rosto com a idade.
“Então… você tem um pouco de pele solta em seus braços ou algumas veias em suas pernas ou manchas de idade em sua mão… Por que isso é um coisa ruim?”, diz.
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Com esses questionamentos, o objetivo de Candace é fazer as pessoas refletirem de que somos aquilo que decidimos ser, e que não podemos permitir que as outras pessoas nos façam sentir menos do que realmente somos por conta do envelhecimento.
Como combater o culto exagerado à juventude
Candace é uma das embaixadoras de uma abordagem madura e, como ela mesma diz, corajosa, da maturidade.
Para ela, um bom passo para combater esse culto exagerado à juventude nos países ocidentais é analisar os mitos que cercam o envelhecimento e mudar nosso comportamento. Devemos abandonar a postura de reprodução e adotar um comportamento de valorização da maturidade e todo seu potencial.
Um dos muitos argumentos que mostram que a maturidade é algo benéfico para os seres humanos é a capacidade demonstrada pelas pessoas maduras de “verem o quadro geral”.
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Além disso, ao contrário da crença comum, as pessoas não são mais felizes na casa dos vinte anos: a maioria das pessoas, nessa idade, “está na ladeira descendente da ‘curva em U’ da felicidade, com maior satisfação por vir”.
Entre outras coisas, isso tem a ver com a capacidade das pessoas maduras para uma melhor regulação emocional e uma abordagem geral mais positiva do mundo, com base em um estudo de M. Mather e L. Carstensen.
“Não quero me prender aos anos que já passaram. Estou animado para ver o que está por vir! Ainda estou aprendendo coisas novas sobre mim mesma”, diz Candace.