No último mês, Leny Cunha, de 55 anos e profissão autônoma, tomou a decisão de construir uma “cabaninha” de açaí na varanda de sua residência, localizada no Bairro Zé Pereira, em Campo Grande (MS), como uma alternativa para garantir seu sustento e contornar a situação de desemprego.
Ao longo dos anos, ela já se dedicou à venda de churros, queijos e até mesmo roupas, buscando manter-se financeiramente enquanto prossegue com seus estudos em Enfermagem. Seu objetivo é concluir o curso e obter o diploma antes de atingir a marca dos 60 anos.
“Se eu monto uma coisa e não dá dinheiro, penso em outra coisa para fazer. Então com o açaí foi assim também, mas dessa vez, preciso mesmo que dê certo” compartilhou Leny ao portal Campo Grande News.
A vendedora autônoma criou suas duas filhas sozinha, e após elas se tornarem independentes, Leny iniciou uma nova fase em sua vida.
![Mulher abre "cabaninha" de açaí para sustento e concluir faculdade antes dos 60 anos](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2023/12/2-Mulher-abre-cabaninha-de-acai-para-sustento-e-concluir-faculdade-antes-dos-60-anos.jpg.webp)
Entretanto, a complexidade em encontrar um emprego fixo se revelou mais desafiadora do que ela antecipava, levando-a a optar por trabalhar de forma autônoma.
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Desde a juventude, Leny desempenhou atividades como doméstica. Em períodos mais recentes, ela participou de cursos voltados para manicure, depilação e cabelo.
No entanto, à medida que envelhecia, Leny observou que as oportunidades profissionais estavam se limitando.
“Acabei trabalhando por muitos anos vendendo churros e conseguia pagar as contas de casa, mas precisei parar também”, afirmou.
Em busca de novas oportunidades, Leny optou por iniciar uma graduação. Com o apoio de suas duas filhas, conquistou uma vaga no curso de Enfermagem pelo ProUni (Programa Universidade Para Todos).
Agora, como estudante universitária, a residente de Campo Grande destaca que sempre teve afinidade com a área da saúde e vislumbrava uma carreira nesse campo. No entanto, as numerosas dificuldades do cotidiano acabaram afetando seu caminho em direção ao diploma.
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Hoje, após mais de dois anos de pandemia e crise econômica, Leny garante que não teve problema em retornar aos estudos. Seu maior transtorno vem sendo a instabilidade de sua renda.
“Por isso é que resolvi começar a vender coisas aqui em casa. Antes da pandemia, eu abri um estúdio, mas precisei fechar, porque chegou o coronavírus. Desde então, estou tentando coisas por aqui” relatou.
Inicialmente, inaugurou um salão de beleza na varanda de sua casa, mas a clientela nunca foi expressiva, o que Leny atribui à “simplicidade do espaço”. Em seguida, tentou estabelecer um brechó, mas, por insegurança, optou por encerrar o negócio de forma prematura.
Agora, com sua cabaninha de açaí, ela tem esperança, uma vez que o fruto “une” tudo o que deu certo em sua vida até agora.
“Eu aprendi que gosto de mexer com ramo alimentício, quando vendia churros dava certo. Comprei tijolos e materiais, construí as paredes, coloquei a grande e pintei lá fora. Agora é só trabalhar”, explicou ao portal Campo Grande News.
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Surpresa com a recepção do seu negócio até agora, Leny manifesta pura gratidão pelos comentários de apoio que recebeu no Facebook. Ao lado da filha, ela postou fotos do local em um grupo do bairro, tendo recebido mais de 1.000 compartilhamentos e mais de 400 comentários!
Para os próximos dias, a ideia é continuar com a venda de açaí, concluir a graduação em Enfermagem e, finalmente, ingressar no mercado de trabalho que há tanto tempo tem evitado seu acesso.
Se quiser conhecer a cabaninha de açaí da Leny, ela está localizada na Rua Elenir Amaral, número 654, Bairro Zé Pereira. O estabelecimento funciona diariamente a partir das 11h.