Paula* nutre o sonho de ser mãe, mas o receio de assumir todas as responsabilidades da criança sozinha sempre a impediu de dar o próximo passo. Aos 40 anos, sem um parceiro fixo e com o relógio biológico impondo pressão, ela começou a explorar alternativas para aliviar sua angústia.
Foi então que surgiu uma solução: buscar um homem que também desejasse ser pai, estivesse disposto a compartilhar a responsabilidade da criação, mas não buscasse um relacionamento amoroso.
Foi assim que ela descobriu o trabalho da empresa espanhola Copaternidad, que atua como intermediária entre pessoas que desejam ser pais, mas não buscam um compromisso sério.
Em um depoimento ao Diario de Mallorca, Paula compartilhou a dificuldade de “romper com os padrões da família tradicional” e optar por uma alternativa diferente para realizar o desejo de ter um filho.
Outro desafio que Paula tem enfrentado é encontrar um pai responsável que esteja de acordo com seus planos futuros para a criança.
“A questão é encontrar alguém que tenha maturidade e responsabilidade para realizar um projeto comum” afirmou.
Há três meses, ela buscou os serviços da empresa Coparentalidad e, desde então, já teve contato com dois potenciais “pais dos seus filhos”.
Com o primeiro, o processo não avançou, pois não compartilhavam ideias compatíveis: ele desejava ter duas crianças, enquanto ela planejava apenas uma. Agora, está conhecendo um segundo rapaz e mantendo encontros regulares com ele. “Vamos ver”, brincou.
A orientação da empresa é que os candidatos mantenham contato e se encontrem para conversar por pelo menos seis meses. Também é recomendado, se possível, que as famílias se conheçam para compreender melhor como será a dinâmica da parentalidade compartilhada.
Para Paula, mesmo enfrentando desafios na busca por um parceiro nesse empreendimento, a criação de um filho é uma enorme responsabilidade. Ela acredita que, se essa tarefa puder ser compartilhada entre duas pessoas, será ainda melhor.
“Também fico pensando que, se algo acontecer comigo, pelo menos o menino ou a menina terão alguém que os ame tanto quanto eu.”
*O nome foi alterado a pedido da entrevistada