Com o falecimento do diretor, em fevereiro de 2022, vários dos admiradores do seu trabalho relembraram a atriz que ele consagrou como estrela.
Darlene Glória, a atriz que ficou conhecida por ser a musa do diretor Arnaldo Jabor, não compareceu ao seu funeral. Embora algumas pessoas possam achar sua atitude rude, visto que foi nos filmes de Jabor que ela se tornou uma estrela, Darlene não foi ao funeral do colega, pois há muitos anos leva uma vida reclusa, em que se mantém longe dos holofotes e olhares atentos da imprensa. Mesmo sem sua presença no local, sua falta foi sentida por aqueles que apreciavam os trabalhos de Jabor e Glória para o audiovisual brasileiro.
Atualmente com 78 anos, vive isolada na cidade de Teresópolis, onde reside desde 2003. Lá ela está na companhia de seus cachorros e não tem redes sociais, mas é possível vê-la em algumas publicações dos quatro filhos, que constantemente a visitam na região serrana do estado do Rio de Janeiro. Dentre os rebentos está Rebeca Brandão, que puxou a veia artística da mãe, pois é cantora e atriz.
De acordo com informações apuradas pelo jornal Extra, mesmo afastada da dramaturgia, Darlene sempre recebe convites para voltar a atuar, no entanto, ela opta por recusá-los, já que prefere sua vida reclusa e calma no momento ao frenesi da atuação.
A estrela de “Toda nudez será castigada”, um dos filmes mais célebres de Jabor, com o qual foi premiado no Festival de Cinema de Berlim, em 1973, agraciou as telas poucas vezes nos últimos anos, quando estrelou os filmes “Anjos do Sol” e “Feliz Natal”, de 2006 e 2008, respectivamente. O segundo foi a estreia do ator Selton Mello como diretor. Numa entrevista cedida ao Extra na época, Darlene falou que gostaria que Selton fizesse um filme sobre sua vida dada a quantidade de situações inusitadas que viveu. Darlene disse que ninguém sabia tudo sobre ela e o caminho que trilhou.
![Musa de Arnaldo Jabor, Darlene Glória, vive isolada em Teresópolis e recusa convites para voltar a atuar](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/02/2-Musa-de-Arnaldo-Jabor-Darlene-Gloria-vive-isolada-em-Teresopolis-e-recusa-convites-para-voltar-a-atuar-400x305.jpg)
E de fato, a vivência de Darlene poderia facilmente ser transformada em um longa-metragem. Ela teve depressão profunda e tentou suicídio nos anos 1970, quando já era uma estrela, e não teve vergonha de abordar a situação em entrevistas. Ela enfrentou vícios em álcool, anfetaminas e outras drogas. Depois desses momentos conturbados, ela encontrou a fé e se converteu numa igreja evangélica, passando a atender pelo seu nome de batismo, Helena Brandão, também usado em seus trabalhos como missionária.
Dividida entre o nome que a tornou famosa para o público e aquele designado a ela quando nasceu, na época do filme de Mello, a atriz já tinha abordado essa questão, e disse que finalmente tinha encontrado um equilíbrio entre as partes que a constituem: a atriz do passado e a mulher do presente. Ela aceita ser chamada de Helena, Darlene ou Helena Darlene Glória Viana. Nenhum desses nomes a incomoda ou é mais importante que o outro, pois ela se reconhece em todos eles; sua individualidade nasceu da soma de todas estas mulheres que ela é e um dia já foi.
![Musa de Arnaldo Jabor, Darlene Glória, vive isolada em Teresópolis e recusa convites para voltar a atuar](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/02/3-Musa-de-Arnaldo-Jabor-Darlene-Gloria-vive-isolada-em-Teresopolis-e-recusa-convites-para-voltar-a-atuar-400x300.jpg)
Um fato é que a atriz encantou as telas do cinema brasileiro, motivo pelo qual recebe convites para exercer de novo o seu dom para a atuação, mas sua resposta tem sido “não”, pois alega preferir uma vida mais discreta e reclusa.
Mas quem sabe no futuro poderemos ver a estrela brilhar mais uma vez, emocionando o Brasil com sua entrega à atuação.
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O cineasta, escritor e jornalista Arnaldo Jabor, o homem que tinha Darlene como sua “musa”, faleceu em São Paulo, no dia 15 de fevereiro de 2022, em decorrência de complicações de um acidente vascular cerebral – ou AVC –, aos 81 anos.