“Coração civil”, de Milton Nascimento, é a música perfeita para o momento atual
No mês de outubro foi comemorado 80 anos do gênio musical brasileiro, Milton Nascimento.
No último mês, celebramos os 80 anos do gênio brasileiro Milton Nascimento. Ele é reconhecido mundialmente por ser um dos mais talentosos e influentes músicos da Música Brasileira.
Milton é um grande cantor, compositor e instrumentista do território nacional. Em meio às manchetes dos dias de hoje, sua canção “Coração Civil” marca a esperança de um novo tempo para o País. Com a polarização que assolou a política, por exemplo, muitas pessoas ficaram divididas e perderam o nacionalismo.
A música, que é um poema e tanto, remete à utopia e ao desejo de que uma realidade que foi apenas sonhada, se faça presente no cenário atual. Inclusive, a canção fala sobre a alegria do povo no poder. A letra foi escrita em parceria com Fernando Brandt.
A composição musical foi feita no tempo em que a ditadura era uma realidade na Nação Brasileira e cita São José, capital da Costa Rica, considerada uma das democracias mais antigas do mundo. Nesse mesmo país, fora assinado o Pacto de São José, conhecido como Convenção Americana de Direitos Humanos, o qual foi publicado no final dos anos 60. Este, é apontado como um marco normativo e político no que tange ao respeito e promoção dos Direitos Humanos bem como a proteção, principalmente nas Américas.
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Confira a letra de “Coração Civil” abaixo:
É essa a vibração que evocamos ao Brasil! “Sem polícia, nem a milícia, nem feitiço, cadê poder?”
É assim que queremos o nosso Brasil:
“Assim dizendo a minha utopia eu vou levando a vida
Eu viver bem melhor
Doido pra ver o meu sonho teimoso, um dia se realizar”
Coração Civil
Quero a utopia, quero tudo e mais
Quero a felicidade dos olhos de um pai
Quero a alegria muita gente feliz
Quero que a justiça reine em meu país
Quero a liberdade, quero o vinho e o pão
Quero ser amizade, quero amor, prazer
Quero nossa cidade sempre ensolarada
Os meninos e o povo no poder, eu quero ver
São José da Costa Rica, coração civil
Me inspire no meu sonho de amor Brasil
Se o poeta é o que sonha o que vai ser real
Bom sonhar coisas boas que o homem faz
E esperar pelos frutos no quintal
Sem polícia, nem a milícia, nem feitiço, cadê poder?
Viva a preguiça, viva a malícia que só a gente é que sabe ter
Assim dizendo a minha utopia eu vou levando a vida
Eu viver bem melhor
Doido pra ver o meu sonho teimoso, um dia se realizar
Compositores: Fernando Brant / Milton Nascimento
Despedida dos palcos
Aos 80 anos de idade, Milton Nascimento se despede dos palcos. Apelidado carinhosamente de “Bituca” por seus fãs, ele já cantou em mais de 40 países ao redor do mundo e marcou gerações com seus sucessos musicais.
De acordo com o G1, Milton escolheu Belo Horizonte para fazer seu grande espetáculo, por ter sido a capital que o acolheu e lhe apresentou inúmeros amigos e parceiros do meio artístico. No começo da apresentação, o cantor fez uma homenagem para a amiga Gal Costa, que faleceu recentemente, deixando seu único filho, Gabriel Penna Costa.
Não é de hoje que o artista vinha se preparando para a ocasião. Os preparativos do show começaram há mais de um ano, e desde então, ele decidiu que aos 80 anos iria deixar os palcos. No mês de junho, Milton Nascimento começou a turnê que resume seus 43 discos gravados em 60 anos de trajetória. Com duas horas de duração, o espetáculo foi visto por mais de meio milhão de pessoas nos Estados Unidos, Brasil e também na Europa.
Confira abaixo os registros dos bastidores do último show do artista:
Seu maior desafio foi selecionar um repertório para o show de despedida, tendo em vista que muitas de suas músicas conquistaram os brasileiros e estrangeiros, sendo difícil escolher somente algumas delas. Embora se despeça dos palcos, “Bituca” não pretende se despedir da música já que ela sempre fará parte de sua vida.