Sair da zona de conforto é a única via de acesso a algo novo e transcendente.
A mudança raramente é bem recebida. As pessoas preferem sentir-se seguras, ainda que isso signifique “deixar tudo como está”. Na verdade, “deixar tudo como está” é o que deveria causar insegurança.
Temos medo “do que vem depois” porque o novo é algo ainda a ser desbravado e tememos o desconhecido. O curioso é que ao evitar o novo ficamos com o velho mantemos não só as conquistas de outrora, mas, também as mesmas dificuldades.
Existe a falsa impressão de que aprender a lidar com o sofrimento torna ele “administrável”. Conformar-se com o emprego ruim, com o relacionamento que já não faz feliz, com um estado de saúde debilitante e uma vida cheia de limitações não resolve o problema.
Fingir felicidade não torna ninguém alegre ou saudável.
Sair da zona de conforto é a única via de acesso a algo novo e transcendente. De nada adianta esperar que as coisas melhorem se você continua fazendo tudo igual. Estar aberto a mudança é vital.
Quem não quer mudar, na verdade, está indo contra a natureza. Lembrando a famosa teoria de Darwin, se chegamos até aqui é porque nos adaptamos às mudanças no decorrer das eras.
Em nível atômico, uma rocha aparentemente em repouso está em constante movimento. A semente se prepara para ser algo novo.
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Quando estagnamos em um patamar por achar que alcançamos o ápice e não há mais como avançar ou quando o medo domina, o que fazemos é ir contra a natureza. O universo é mutável, portanto, a mudança é parte da vida.
O único modo de não correr riscos é estar morto. Estagnar-se é impedir o movimento da roda da vida. Não há risco, mas, também não há vida.
Normalmente aquilo que é mais importante e que faz mais feliz é o que precipita a crise. Existem muitas vozes dentro de nós que desconfiam do acerto de nossas escolhas. É fácil reconhecer cada uma delas. Uma é do pai, outra da mãe, outra do professor, outra do amigo, do tio, do avô, da chefe, do inimigo… Faz muito tempo que você esqueceu sua própria voz, afinal, nunca lhe deram liberdade para expressar suas próprias opiniões.
Você foi ensinado a dizer sim para tudo o que os mais velhos lhe diziam e a imitar o exemplo de amigos, vizinhos, professores e parentes. Talvez você não tivesse nenhuma intenção de fazer o que lhe pediam, mas, entendeu que é preciso ser obediente para ser respeitado, aceito e amado.
Tal crença ficou dentro de você até que naturalmente sua voz lhe faltasse.
Existe uma multidão de vozes que ficaram cada vez mais altas e autoritárias subjugando a única voz que é você.
Uma multidão que vive o enlouquecendo, questionando suas escolhas, alimentando medos infundados, impedindo a mudança.
Dizendo que é perigoso deixar o emprego para ter mais tempo com família quando isso é o que lhe faz mais feliz ou então fazendo-lhe sentir culpada em ser mãe e ter uma carreira, porque isso significa “dar pouca atenção aos filhos”.
Essa multidão precisa ser suprimida. É preciso que você diga: “Agora, por favor, deixem-me em paz!”. Essas pessoas que ganharam espaço dentro de você vão resistir muito antes de partir, mas, se você quer ser inteiro e viver sem medo nem insegurança é preciso que se diga “adeus” a elas, ainda que pertençam a sua amada mãe, ao seu saudoso avô, ao seu melhor amigo…
Do contrário, você continuará dividido e enquanto viver assim não poderá deixar de sentir insegurança, medo ou raiva. O conflito interno continuará impedindo que você se desenvolva e busque o seu próprio sentido de felicidade.
Sabe o que é estar conformado? É ajustar-se a forma de alguma coisa. A água se conforma ao recipiente, mas, esta não é a sua forma. A água não tem forma. É fluída. Para dançar a dança cósmica da vida é preciso fluir. Estar na essência é redescobrir a própria voz e fluidez.
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Nenhuma dessas vozes são suas. São vozes que viveram o paradigma delas e não sabem como é ser você e nem como será o futuro. Elas transmitiram a experiência delas sobre como cuidar dos filhos ou ser bem-sucedido. Mas elas não sabem de tudo! Aliás, elas não sabem de nada sobre você, seus valores e desejos.
Com todas as boas intenções do mundo, elas destruíram a espontaneidade da criança, o sonho dela, a capacidade de construir seu futuro com as próprias mãos e pernas.
Deixe que essa multidão brigue entre de si. Enquanto isso, procure encontrar a si mesmo. Busque entender qual o seu desejo. Depois que estiver livre de todo passado, sem que nada o prenda, você poderá alcançar as estrelas! Seu futuro será ser dourado.
Não tema a mudança! Tema ficar onde está, viver conformado e perseguir o sonho dos outros.
Descubra o seu certo, a sua voz, e siga sua senda: este é o poder de mudar.