Após os recentes eventos relacionados ao submersível Titan, que tinha como objetivo explorar os destroços do Titanic, uma pergunta tem sido feita frequentemente: por que os cientistas e engenheiros não resgatam a centenária embarcação afundada nas profundezas do Oceano Atlântico?
Após extensos estudos, análises e várias propostas inviáveis para recuperar o imenso navio que transportava mais de 2.000 pessoas em abril de 1912, os especialistas chegaram à conclusão de que seria impossível trazê-lo de volta à superfície e que era melhor deixá-lo onde está.
“Não apenas o aço exposto na proa superior é muito frágil até mesmo para a operação de guindaste mais engenhosa, mas a lama também atuou como areia movediça no fundo do mar”, afirmou o pesquisador e escritor Daniel Stone em entrevista ao Business Insider.
Os engenheiros tiveram diversas ideias sobre como resgatar a embarcação, como congelá-la com nitrogênio líquido para que flutuasse como um iceberg, ou enchê-la com bolinhas de pingue-pongue, mas todas essas propostas foram descartadas.
Além do valor incalculável que se perdeu junto com o Titanic, trazê-lo de volta à superfície acarretaria não apenas custos na ordem de milhões de dólares, mas também poderia causar danos significativos à sua estrutura, levando-o a se despedaçar em várias partes devido ao longo período de tempo que passou submerso, o que o tornou extremamente frágil e deteriorado.
![A pergunta persiste: Por que o Titanic ainda não foi resgatado do fundo do mar?](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2023/06/destrocos-titanic-19062023153640715.jpeg.webp)
No momento em que o Titanic colidiu com um iceberg e afundou, não havia informações precisas sobre o local onde a embarcação havia parado, uma vez que poderia ter sido levada por correntezas fortes e estar presa em outro lugar.
Além disso, durante as primeiras tentativas de resgate do navio, as duas grandes guerras mundiais ocorreram, o que resultou no adiamento dos planos.
Somente em 1953, uma empresa britânica retomou a discussão ao propor o mapeamento do fundo do oceano para localizar efetivamente a posição do Titanic, porém o projeto não foi aprovado devido ao seu alto custo.
Apenas em 1985, a embarcação foi finalmente encontrada. Os pesquisadores contaram com a assistência de um robô chamado Argo, projetado para resistir à pressão das profundezas do mar.
As pesquisas revelaram que os destroços estavam dispersos em uma área de aproximadamente 1.700 m² e a uma profundidade de quase 4.000 metros.
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Atualmente, o Titanic é protegido pela Unesco e é considerado um importante patrimônio histórico, o que significa que qualquer tentativa de resgate do navio é proibida.
No entanto, devido à sua permanência no leito marinho, estudos indicam que, nos próximos 30 anos, os restos da embarcação irão gradualmente desaparecer devido à decomposição natural.
Em uma entrevista ao USA Today, a bióloga microbiana Lori Johnston explicou que as bactérias estão trabalhando simbioticamente para “consumir” o ferro e o enxofre presentes no naufrágio.
“Todo aquele buraco no convés daquele lado está desmoronando, levando consigo as cabines, e a deterioração vai continuar avançando”, acrescentou o historiador do Titanic, Parks Stephenson.