Quebre tabus, transforme conceitos, transforme sonhos em fatos.
Modifique ou elimine pensamentos cristalizados, como esses provérbios, por exemplo:
“Dou um boi para não entrar na briga, mas dou uma boiada para não sair.”
Por que não trocar para: “Dou um boi para não entrar na briga, e uma fazenda para sair”?
“Quando sou boa, sou muito boa, mas quando sou má, sou melhor ainda.”
Por que não trocar para: “Quando sou má, sou má, mas quando sou boa, sou melhor ainda”?
Não soa até mais bonito? Que tal acendermos a luz da nossa consciência para começarmos a modificar nosso mundo interno e, consequentemente, o mundo à nossa volta?
Infelizmente, ainda vivemos numa cultura doente, dominada pela sociopatia que dita algumas regras de inversão de valores, as quais são vistas como normais por serem tão comuns. Por isso o mal nos atrai, ao ponto de enxergamos como algo belo. Basta observarmos nas novelas e filmes, quem faz mais sucesso, o vilão psicopata ou o mocinho correto? Muito comum ainda ouvirmos: “Ah o mocinho é chato!” E ainda torcemos para que o vilão charmoso se dê bem no final da estória. Mas não podemos esquecer que a arte apenas imita a vida, e de uma forma bem mais branda.
O que deveria ficar claro no caminho à iluminação da nossa consciência é que falha de caráter todos nós temos, pois somos humanos imperfeitos e não anjos, mas falta de caráter é uma característica de pessoas com transtorno de personalidade antissocial (sociopatia), de pessoas que não sentem remorso após prejudicarem os outros de forma desonesta, que conseguem dormir tranquilas quando não deveriam. Mas os sociopatas (apesar de dominarem parte do mundo) são minoria! Basta observarmos que na verdade a maioria das pessoas se importa com as outras, possuem sensibilidade, empatia, etc. Mas às vezes sentem vergonha de demonstrar diante essa cultura doente, que faz parecer com que o bem pareça ser chato, fraco, frágil, mas que esquece de que o mal é o cúmulo da covardia, e que não há evolução onde ele predomina.
É preciso muita coragem para quebrar as grades desse mundo de ilusão em que vivemos. Assim como é preciso coragem, por exemplo, para sair do mundo da fantasia das redes sociais, onde tudo é perfeito, engraçado, e as tristezas, fraquezas e sensibilidades humanas simplesmente parecem não existir. Como já disse o filósofo Leandro Karnal, parece que estamos na era do Potássio, tudo virou kkkkkkkk. Se quisermos falar sobre sentimentos, ou expressar coisas que não sejam superficiais, não podemos contar com as redes sociais, pois seremos sempre surpreendidos pelo vírus do potássio, ou pelo vírus do silêncio, pois as pessoas parecem que esqueceram que existem corações por trás do meio virtual que predomina. A vida precisa ser leve, o problema é que estão confundindo leveza com deboche, e emoções com a frieza dos emojis. Eles são realmente uma graça e é legal que façam parte da nossa vida, mas para somar, e não para substituir os calorosos sorrisos reais.
Estamos tão mergulhados nessa cultura da frieza que sentimos dificuldade, por exemplo, em apontar três qualidades de um amigo, ou de um familiar, ou de um colega de trabalho, mas conseguimos apontar uma quantidade infinita de defeitos. O bem precisa brotar de algum lugar, e esse lugar é no coração dos mais fortes. Talvez esteja no momento de dar um basta na passividade e fazer florescer a pacificidade através de elogios, sorrisos, gentilezas, carinho, respeito…
São esses pequenos gestos que fazem as grandes diferenças. E que, certamente, seria o melhor presente de Natal que qualquer pessoa poderia dar ao Cristo. Não apenas àquela figura do Cristo que morreu na cruz e sim a do Cristo que existe em cada um de nós. “Podeis fazer tudo que faço e muito mais”, o próprio mestre nos disse.
Portanto vamos acender nossa luz da sabedoria e da bondade, e assim criaremos um mundo em que todos os dias serão Natal de verdade.