O filme de 2019, que conquistou três estatuetas, chega à Netflix e promete fazer com que o público se sinta imerso na Primeira Guerra Mundial.
Para os apaixonados por história ou filmes de guerra, uma boa pedida é “1917”, produção britânico-estadunidense lançada em 2019, sob direção de Sam Mendes. O filme atraiu o olhar do público e da crítica, e ainda arrebatou três estatuetas do “Oscar 2020”, de Melhor Fotografia, Melhor Mixagem de Som e Melhor Efeitos Especiais.
No “Globo de Ouro”, o longa-metragem conquistou Melhor Filme de Drama e Melhor Diretor, além de cinco prêmios BAFTA no mesmo ano. Para o público, a recepção foi igual, muitos espectadores relataram perder o fôlego ou se sentir imersos na história. Mas isso não acontece à toa, Mendes fez questão de, junto com a equipe técnica, construir uma narrativa que desse a sensação de ser caótica, tal qual uma guerra.
O filme se passa em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, quando os alemães se afastam de um setor no Norte da França, chamado de Frente Ocidental. O general britânico Erinmore explica a dois jovens soldados, Blake e Schofield, que a inteligência descobriu que os rivais tinham apenas feito um recuo tático para uma nova área de defesa, a linha Hindenburg, e que estavam se preparando para atacar os britânicos muito em breve.
Com as linhas telefônicas cortadas em campo, os soldados são imbuídos de entregar em mãos uma mensagem para o 2º Batalhão de Regimento de Devonshire, cancelando o ataque planejado, que poderia custar a vida de 1.600 homens. A missão é considerada impossível: atravessar as linhas inimigas, lutando contra o tempo, para salvar o máximo de pessoas possível.
![Netflix: “1917”, o filme ganhador de 3 Oscars que vai tirar o seu fôlego!](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/08/2-Netflix-1917-o-filme-ganhador-de-3-Oscars-que-vai-tirar-o-seu-folego.jpg)
O roteiro escrito por Mendes e Krysty Wilson-Cairns gira em torno deste evento controverso na Primeira Guerra Mundial, que divide opiniões de historiadores especializados no assunto. O longa-metragem segue com excelência a influência que abraça de produções de peso, como “O resgate do soldado Ryan”, de Steven Spielberg, e “Apocalypse now”, de Francis Ford Coppola.
O realismo impressionante das cenas de disputa armada mescla com o drama vivido pelos soldados, que sentindo o peso da obrigação militar misturado com o medo da morte, precisam enfrentar cenas de horror. Ainda que muitos afirmem que os filmes sobre guerra já esgotaram suas possibilidades artísticas no cinema, Mendes usa um relato que ouviu do próprio avô, que esteve no conflito, junto com os insights criativos que teve ao longo da trama.
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A sensação quase claustrofóbica de estar no meio do conflito, como muitos relatam, veio do esforço de gravar o máximo de cenas em tomada única, cumprindo o propósito inicial de mostrar como acontece a disputa nas trincheiras. Sob influência de potentes filmes, como “O regresso”, de Alejandro González Iñarritu, “Pieces of a woman”, de Kornél Mundruczó, “Festim diabólico”, de Alfred Hitchcock, e até mesmo de “A marca da maldade”, de Orson Welles, “1917” pode ser alçado a um patamar superior na mesma temática.
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Outro traço marcante do filme é a fotografia, que ficou a cargo de Roger Deakins, nome relevante do gênero e que trabalha com nomes como os irmãos Coen e Denis Velleneuve. A sensação de não pertencimento dos protagonistas também cativa o público, completamente deslocados em um cenário com o qual não concordam, não compactuam e no qual não se reconhecem, mas mergulham nele para sobreviver.
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Sam Mendes passou a ser considerado um dos cineastas mais importantes de sua época, indo além em “1917”, escalando um elenco de peso com Benedict Cumberbatch, Colin Firth, Mark Strong e Andrew Scott. Cada personagem soma em uma trama cujos mínimos detalhes importam, mas que a história, por si só, já seria capaz de provocar arrepios.