A mãe de Miguel, Mirtes Renata, apelou às redes sociais para contar com a ajuda dos internautas, querendo justiça pelo filho.
Mirtes Renata é a mãe do pequeno Miguel Otávio, de 5 anos, que faleceu depois de cair do 9º andar de um prédio, no dia 2 de julho de 2020, em Recife, Pernambuco. Quase três anos depois da tragédia, a mulher usou as redes sociais para clamar por justiça pela morte do filho, já que a responsável pagou a fiança e continua solta.
Um dia antes do Dia das Mães, Mirtes compartilhou um longo e emocionante texto no Instagram, onde ela acumula 90 mil seguidores desde o caso. “Amanhã é dia das mães, eu não consigo mais sozinha clamar por justiça! Na lei de abandono de incapaz está reclusão, mas parece que para condenada o @mppeoficial e o @tjpeoficial não consegue aplicar! Mas desde da morte do meu filho cada visibilidade que tive foi pelo povo me dando a mão, e a vocês eu peço, a intenção de mostrar o que passei e o que sinto, é para que vocês me ajudem a cobrar justiça”, disse ela.
Além disso, ela comentou sobre como tem sofrido nos últimos anos, sem poder ter o filho novamente, muito menos sem poder receber a justiça que o caso merece. “A dor emocional está indo para meu corpo, sozinha não consigo, mas sei que com cada mãe que terá seu filho para abraçar amanhã, poderá somar no grito por justiça ao meu neguinho! Me ajudem, sejam a minha voz!”, suplicou Mirtes Renata.
Por fim, a mãe de Miguel Otávio escreveu: “Eu tô cansada, desesperada por esperar e nada acontecer, eu moro na cidade da acusada e sei que ela está usufruindo sem culpa a sua vida naturalmente, isso é injusto injusto! Em junho fará 03 anos e se quer ela sentiu o peso de ter apertado o botão da cobertura e abandonado meu filho. Feliz dia das mães para quem?”.
Nos comentários, os internautas demonstraram indignação e apoio à mulher. “É surreal o nível de impunidade desse caso”, disse um seguidor. Em outra mensagem, uma pessoa refletiu: “É simplesmente inadmissível, porque o corpo de uma criança preta estirada em um prédio de gente rica não consegue fazer justiça?”. “Eu sinto tanto Mirtes, mas tanto! Nem tem o que ser falado aqui”, lamentou uma internauta.
Relembre o caso
Mirtes Renata trabalhava como empregada doméstica em um apartamento de Sarí Gaspar Côrtes Real e seu marido, Sérgio Hacker, prefeito da cidade de Tamandaré. Segundo o G1, no dia do falecimento do filho, Miguel Otávio Santana da Silva, ela precisou sair para passear com os cachorros dos patrões e como o filho estava com ela naquele dia, por causa da quarentena, deixou-o sob os cuidados da primeira-dama.
Enquanto a mãe estava na parte de baixo do prédio, passeando com os animais, Miguel quis ir ao seu encontro. Como Sarí estava fazendo unhas com a manicure, deixou o menino sozinho no elevador, à procura da mãe. Nas imagens de segurança, foi possível ver os dois conversando brevemente, até que a primeira-dama aperta um botão do altar, deixando-o sozinho. A luz do botão, porém, não acendeu, e logo Miguel apertou outro, indo parar do 5º ao 9º andar, sem nenhum responsável.
Segundo a polícia, a criança teria se perdido enquanto procurava a mãe e acabou escalando uma grade que protegia as peças do ar-condicionado, caindo de uma altura de 35 metros. Mirtes logo soube pela portaria que alguém tinha caído do apartamento e descobriu que era seu filho a vítima. Ainda segundo o G1, Sarí Gaspar Côrtes Real foi condenada a 8 anos e 6 meses de prisão por abandono de incapaz com resultado em morte, no entanto, recorreu à justiça e pagou uma fiança de R$ 20 mil para ser solta.
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