As leis universais são absolutas, pois atingem a todos.
Por exemplo, a lei da gravidade é inexorável, independentemente de eu acreditar que ela existe, ela acontece. É uma lei da Física, da natureza, material e imediata.
Outro exemplo é a lei de causa e efeito, essa é lenta e gradual. Você já imaginou se pensasse num elefante e o animal aparecesse na sua frente no momento seguinte? Seria bem complicado. É exatamente por ser não palpável, diferente de uma lei da Física, que eu demorei tanto tempo para realmente acreditar na sua veracidade.
Quando mais jovem, sempre me perguntava: “Por que nasci neste país e não na Dinamarca? Por que nasci nessa família? Por que eu tenho esse corpo?” Mas, com o passar do tempo, veio o amadurecimento pelo sofrimento, pelo estudo e pelo desenvolvimento físico, mental e espiritual, e descobri que o corpo físico é uma limitação para o espírito vivenciar certas lições, que são exatamente as necessárias para o nosso crescimento. Tanto que quando cresço, não me aborreço mais como antes. Dificuldades da adolescência não são problemas na juventude e assim por diante…
Mas o mais difícil de tudo é aceitar que tenho hoje exatamente o que plantei, independentemente de quando: se nessa existência ou em outras.
Porque o ego não quer perder o seu lugar. A culpa tem que ser de alguém. Eu reconheço meu esforço pelas glórias, mas não aceito o fracasso pelos erros. Antes, eu chamava isso de injustiça.
Ao olhar o presente como resultado da lei de causa e efeito, tudo muda. No momento em que eu aceito os desafios, sincera e profundamente, eu consigo subir um degrau na escada da minha ascensão. Por isso que comparar minha existência com a do próximo é algo tão sem sentido… A um nível bem mais elevado, seria como comparar Jesus com Buda. Cada um teve o seu caminho e o seu papel na existência humana e, caso um tivesse seguido o caminho do outro, simplesmente não teriam sido eles próprios nem nos deixado suas maravilhosas lições. Isso parece algo tão simples, mas sabemos o quanto é difícil na prática.
Como saber se algo é verdadeiro? Isso é simples: a verdade toca o coração, é clara, é compreensível, é direta. A verdade não precisa de convencimento nem explicações.
Confúcio disse: “Quando um líder é reto, ele não precisa dar ordens nem convencer para ser seguido.”
Porém, vivemos o contraditório: ao mesmo tempo em que temos tantos exemplos edificantes e tanta informação, ficamos tão perdidos e influenciados por forças obscuras, tanto que uma massa de pessoas é levada a tomar a mesma atitude, como se aquilo fosse verdadeiramente o seu caminho. Infeliz equívoco.
“Nosso destino é como o boletim da escola, resultado de nossas ações do passado”, como ensina Gau Tian Hui, mestre chinês. Então, nada mais libertador do que saber que, embora eu tenha feito escolhas equivocadas no passado – e sofra as suas consequências hoje –, posso escolher outro caminho e colher um futuro melhor.
Para isso, incentivo leituras edificantes, o contato com ideias e culturas distantes, o equilíbrio corpo-mente-espírito… O novo aumenta nossa tolerância, incentiva-nos a acolher o diferente, além de confirmar o que intuímos com nosso sétimo sentido. Sair da casca é abrir a consciência e conhecer mundos distintos, mesmo que presos ao corpo.
Hoje eu percebo que a verdade é a mesma, ela somente chega a mim de formas diferentes. A vida é maravilhosa!