A laringe é considerada o órgão da voz, pois, na mucosa que reveste a cartilagem da laringe, encontram-se as aberturas conhecidas como cordas vocais. A voz é produzida pela vibração causada nas cordas vocais durante a passagem do ar entre elas. Embora a língua, os lábios, os dentes e o palato contribuam bastante para modificar os sons, não são eles os responsáveis pela produção da voz. Isso se dá no interior da laringe, na caixa da voz.
A laringe correlaciona-se metafisicamente com a auto-expressão. Por ser também responsável pela verbalização, associa-se à nossa expressão na vida. Falar acerca do que sentimos ou pensamos favorece o bom funcionamento da laringe.
A palavra tem o poder de transformação, possibilita urna série de mudanças na vida da própria pessoa e daqueles que estão à sua volta. Por outro lado, a palavra pode tornar-se um meio de destruição, tanto de quem fala quanto de quem ouve. Às vezes, uma palavra é suficiente para enaltecer ou arrasar a pessoa.
A voz é o veículo de manifestação do ser, a porta de expressão dos sentimentos e a assinatura dos pensamentos.
A palavra é o compromisso que assumimos perante os outros. Embora o pensamento tenha uma considerável força, a palavra tem o poder realizador. Se for bem empregada, produz excelentes resultados na vida. E com ela que os homens se relacionam, fazem a história e mudam os hábitos.
Durante uma conversa, a pessoa se revela para os outros e tem a chance de descobrir mais sobre si mesma. Se prestássemos mais atenção no que falamos, descobriríamos sentimentos que permanecem obscuros à consciência. São coisas que não admitimos pensar a respeito, como nossa vaidade, orgulho, etc.; poderíamos até obter respostas que estamos procurando nas outras pessoas. Pode-se dizer que aquilo que tanto falamos aos outros é o que precisamos ouvir. Ao dar uma orientação a alguém, geralmente estamos apontando soluções para nossos próprios problemas. Assim, portanto, a voz é um agente que possibilita o autoconhecimento.
As características da voz apontam alguns aspectos metafísicos dignos de serem observados e reformulados a fim de se conquistarem a harmonia interior e o bem-estar.
Quem fala muito não se ouve. A necessidade de se ouvir faz com que a pessoa fale exageradamente. O assunto mais abordado é exatamente o que ela mais precisa ouvir.
Aquele que se cala sufoca sua voz interior. Resiste em admitir seus próprios sentimentos.
A tonalidade da voz reflete nossa condição emocional. O tom varia de acordo com o estado de humor:
Quando estamos motivados, a voz segue um compasso rítmico e harmonioso.
Quando estamos desanimados, a voz é “melosa”.
Quando estamos bem-humorados e serenos, falamos pausadamente, numa altura suficiente para que os outros ouçam.
Quando estamos agitados e ansiosos, falamos rápido demais, atropelamos os outros na conversa e até mesmo as palavras que pronunciamos. Esse estado provoca também o aumento do volume da voz.
Falar alto demais demonstra agitação interior e anseio por ser ouvido pelos outros. Pessoas que têm esse comportamento não se ouvem nem prestam atenção em si mesmas, muito menos naqueles que estão ao seu redor. Se fossem mais atentas, perceberiam que a altura de sua voz estava quebrando a harmonia do ambiente. Quem fala muito alto não se sente integrado ao meio. O aumento do volume da voz se torna um mecanismo usado para se destacar e impor sua presença.
Já aqueles que falam muito baixo, como se falassem para dentro, são oprimidos. Sufocam seus sentimentos e não se expressam livremente.
Outro aspecto interessante da voz é o timbre. Existe timbre de voz agudo e grave. Em ambos pode-se observar importantes características da personalidade, apontados abaixo:
Voz aguda é um reflexo de imaturidade, comum na pré-adolescência, podendo estender-se para a fase adulta caso a pessoa não desenvolva a maturidade. Persiste em continuar se expressando como criança, demonstrando assim traços de personalidade infantil.
Voz grave reflete o amadurecimento da personalidade. E uma voz bem colocada, com força de expressão, normalmente pronunciada numa altura suficiente para ser ouvida. E característica das pessoas mais centradas em si, que não demonstram dificuldades em se colocar perante os outros.
A voz exageradamente grave demonstra um mecanismo de compensação. Falar grosso é querer exercer um poder “glutal”, melhor dizendo, se impor verbalmente. É um mecanismo de compensação dos fatores de desigualdade, como a baixa estatura, sentimento de inferioridade, etc.
Mulheres com voz grossa sempre usaram esse recurso para impor sua autoridade, a exemplo de uma menina criada com vários irmãos que desde pequena precisou falar grosso para ser respeitada.
Existe um hormônio produzido pela glândula supra-renal que regula o timbre da voz. Ele também é responsável pela formação de pêlos no corpo. Assim, portanto, geralmente a mulher que tem o timbre de voz grosso apresenta maior quantidade de pêlos no corpo.
Em suma, a liberdade de expressão é primordial para o bom funcionamento das cordas vocais.
As dificuldades de se expor geram acúmulo energético na região da garganta, produzindo uma sensação desagradável, popularmente conhecida como “nó na garganta”. Caso esses bloqueios não sejam solucionados, provocam complicações na laringe. Uma pessoa vaidosa reprime seus sentimentos, e a primeira parte do corpo a ser afetada pelas emoções contidas são as cordas vocais.
Metafísica da Saúde Vol.1 – Cristina Cairo
Via: SOMOSARTS