É preciso entender que o silêncio de alguém já fala muito sobre como essa pessoa valoriza — ou não — sua relação conosco!
Na tal “era dos amores líquidos”, muito se fala sobre a responsabilidade afetiva, de o outro não nos iludir e deixar claras suas intenções. Existem, de fato, diversas pessoas que não dão a mínima para os sentimentos das outras e vagueiam sem preocupações pelo mundo, quebrando a quantidade de corações que for necessário em nome de viver “sua verdade”.
Mas é importante salientar que responsabilidade afetiva nada tem a ver com reciprocidade. Às vezes, uma pessoa deixa claras, desde o primeiro dia, suas reais intenções conosco — que não quer nada sério, por exemplo —, e somos nós que não queremos ler os sinais que estão bem na nossa frente, pois não condizem com a fantasia que criamos. É geralmente em situações assim que vemos homens e mulheres mendigando atenção, mesmo que a fonte de seu desejo já tenha deixado claro que não estava apto a saciar a sede afetiva de alguém.
A frase que titula esta reflexão é uma velha conhecida nossa, já foi até usada em diversas músicas! Quando se cria uma balada sobre um sofrimento amoroso, é porque se sabe que muitas pessoas passam por aquilo.
A verdade é que não nos ensinaram a perder no campo dos sentimentos. Ou se o fizeram, foi jogando para cima de nós uma responsabilidade que não diz nada sobre quem somos.
Explicarei melhor. A frustração da ausência do outro, do objeto do nosso afeto, é algo por que todos já passamos ao menos uma vez na vida, e se você ainda não passou, prepare seu frágil coração! Porém, apesar de ser uma sensação comum a todos que ousam amar, não sabemos como lidar com isso, não sabemos perder no amor.
É preciso reconhecer quando a falta de uma resposta do outro significa que devemos abrir mão desse sentimento por ele, por mais belo que seja. Não é uma tarefa fácil, é verdade, mas é preciso até mesmo para que um novo amor possa surgir.
E por mais que você precise pintar quem o rejeita como o vilão por um tempo, para superar, é válido dar uma repassada no que aconteceu depois de a ferida ter se fechado. Aquela pessoa foi tão cruel assim ou você simplesmente não conseguia aceitar que os seus silêncios já demonstravam que ela nunca esteve ali para você?
A outra parte dessa dinâmica de amar sozinho, de que nunca nos falaram, é a seguinte: o que o outro sente ou deixa de sentir não é, diretamente, culpa sua.
Principalmente para mulheres, somos ensinadas desde muito novas que o fracasso de uma relação é culpa nossa. Quando os silêncios do outro nos atingem, é comum questionarmos todas as nossas escolhas dentro da relação, tentando traçar o exato momento em que tudo deu errado.
Porém, minha amiga, na maior parte das vezes, como uma pessoa se sente sobre você diz mais sobre ela do que sobre quem você é! Não existe nenhuma falha moral na sua personalidade que seja a grande culpada pelo qual ele ou ela decidiu ir embora.
Mas cabe a você se levantar e ir em busca de algo novo quando perceber que a resposta que tanto esperava está bem na sua frente. Basta interpretar o silêncio!
A falta de notícias já é uma notícia. Não receber mensagem também é uma mensagem. Quando o seu amor apenas vai e nunca volta, por mais que doa, é preciso encarar que da parte do outro já não há mais amor ali.
Chega de implorar migalhas de atenção, você merece mais do que isso! Além do que não existem casos positivos nesse aspecto, não é mesmo? Ainda faltam histórias sobre pessoas que se arrastaram por outras e tiveram seu final feliz para sempre.
Está na hora de ouvir os sinais e entender: o silêncio do outro não é uma forma de diminuir você, apenas um aviso, uma oportunidade, para que você vá em busca de algo melhor!
Existe amor suficiente no mundo para que você não precise insistir numa fonte de afeto que, há muito, já está seca.