Vários artistas prestaram homenagens à escritora e roteirista, a qual falou abertamente sobre sua angústia agora que se completam 29 anos do assassinato de Daniella.
Um crime que chocou a comunidade artística e o público de novelas, há quase 30 anos, foi o assassinato da atriz Daniella Perez. Filha da roteirista e escritora Gloria Perez, no início daquela que seria, de acordo com muitos, uma carreira de sucesso. Irmã da protagonista na novela “De corpo e alma”, ela fazia Yasmin, uma personagem que despertava admiração na trama que tinha o ator Guilherme de Pádua como elemento atrapalhador do romance com Caio, interpretado por Fábio Assunção.
Daniella tinha 22 anos quando sofreu uma emboscada do colega de elenco, Guilherme de Pádua e sua esposa Paula Thomaz, hoje chamada de Paula Nogueira Peixoto, que a sequestraram e a mataram com 18 punhaladas. De acordo com o julgamento, a jovem foi assassinada porque o ex-ator queria que ela pedisse à mãe que seu papel aumentasse na trama, mas como viu que seu personagem apenas perdia espaço, tramou o crime.
As autoridades ainda explicam que a motivação de Paula era o ciúme excessivo por seu marido, que protagonizava algumas cenas de romance com Daniella Perez. No dia 28 de dezembro, as gravações acabaram em torno de 21 horas, Guilherme e sua esposa estavam juntos em um Santana com placa adulterada, depois de um posto de gasolina, aguardando a jovem sair.
A atriz saiu, parou no posto para abastecer e já estava imbricando o carro para a avenida principal quando foi fechada por Guilherme e Paula. A atriz desceu pedindo satisfações, mas ele a desacordou com um soco, colocando-a em seu carro, que foi conduzido pela esposa, e assumindo o volante do Escort de Daniella. Apenas alguns minutos depois, os moradores de um condomínio ligaram para as autoridades informando a presença suspeita de dois veículos na região.
![Gloria Perez relembra assassinato da filha, 29 anos atrás: "O tempo não ameniza a dor"](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2021/12/2-Gloria-Perez-relembra-assassinato-da-filha-29-anos-atras-O-tempo-nao-ameniza-a-dor-400x357.jpg)
No local, a polícia encontrou apenas o carro da atriz, que descobriu estar em nome de Raul Gazzola, seu marido. Um dos policiais foi à delegacia, enquanto outro ficou na cena do crime, um procedimento considerado comum em investigações. O oficial explicou que, na ocasião, mesmo armado, sentiu um pouco de receio de ficar desprotegido, e tentou se esconder atrás de uma árvore, esse foi o momento em que tropeçou no corpo de Daniella, que tinha recebido 18 perfurações no coração e nos pulmões, uma no pescoço e um forte soco no rosto momentos antes da morte.
Os requintes de crueldade do crime ainda paralisam a comunidade artística, principalmente Gloria Perez, que fez uma publicação em suas redes sociais quando o assassinato completou 29 anos (último dia 28 de dezembro). De acordo com a roteirista, o tempo não é capaz de amenizar a dor, muito menos a revolta pela impunidade dos assassinos. De acordo com a mãe, os psicopatas não são apenas figuras ficcionais, eles estão entre nós.
Na novela “De corpo e alma”, a protagonista era a atriz Cristiana Oliveira, que prestou uma linda homenagem à colega nas redes sociais, perguntando-se os motivos de sua morte. Na publicação, ela explica que nunca vai entender os motivos da morte de Daniella, elas eram amigas, confidentes e tinham muita solidariedade. Defendendo a colega, ela conta que era justamente a amiga quem a fortalecia, já que estava muito insegura em seu primeiro papel.
Cristiana finaliza sua homenagem explicando que ainda sente saudade da amiga e que apenas ela, Gloria Perez e Fábio Assunção sabem o que foi aquele momento. Além da atriz, Walcyr Carrasco e Raul Gazzola prestaram suas condolências, lembrando da data e mandando forças à mãe, que não desiste de pedir justiça.
Guilherme de Pádua foi condenado a 19 anos de prisão, dos quais cumpriu apenas dois terços, e foi solto em 1999. Hoje ele é pastor evangélico. Paula foi condenada a 16 anos de prisão, mas também foi liberada ao fim de apenas um terço da pena. É justamente por esse motivo que Gloria acredita que a justiça não foi cumprida.