O homem está preso na penitenciária de Campo Grande (MS) desde 2018.
Adélio Bispo de Oliveira, de 43 anos, foi o homem responsável por esfaquear o então candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, dia 6 de setembro de 2018, durante um ato de sua campanha em Juiz de Fora (MG). Embora houvesse bastantes seguranças no local, Adélio conseguiu passar por todos eles e acertar Bolsonaro na barriga.
A equipe do hoje presidente cogitou que o ataque tinha a ver com rivalidades políticas, mas o desfecho foi que nas investigações, a Polícia Federal (PF) descobriu que Adélio agiu sozinho. O homem sofre de transtorno delirante persistente, e a justiça o considerou inimputável em 14 de junho de 2019, mas por medida de segurança, foi determinada sua permanência no presídio por tempo indeterminado ou até que não se verificasse a cessação de periculosidade dele.
De acordo com o Manual MSD, pessoas que sofrem de transtorno delirante persistente apresentam delírios que podem envolver tanto situações possíveis quanto improváveis, por exemplo, a retirada de órgãos internos sem deixar nenhuma cicatriz.
A diferença entre o delírio causado pelo transtorno e a falsa crença é que a pessoa continua acreditando em seus delírios, mesmo que muitas provas indiquem ao contrário.
Segundo o site UOL, o homem que está preso desde então afirmou que a Penitenciária Federal em que se encontra, na cidade de Campo Grande (MS), é um “lugar satânico”. Em agosto de 2019, numa carta escrita por Adélio ao juiz-corregedor da 5ª Vara Federal de Campo Grande, Dalton Igor Kita Conrado, o preso pedia transferência para o sistema prisional de Minas Gerais, de preferência na cidade de Montes Claros. Outros pedidos também foram feitos pela defesa de Adélio, porém foram todos negados pela Justiça Federal.
Ainda de acordo com o portal de notícias, Adélio escreveu na carta que tem muitas razões para não querer ficar no presídio de Campo Grande, uma delas é o “maçônico satanismo”. O homem afirmou que o prédio foi construído para essa finalidade e projetado maçonicamente para adoração ao diabo.
Em 8 de setembro de 2018, Adélio Bispo de Oliveira foi preso na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS) e tido como “herói” por vários integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Existem relatos de que funcionários da penitenciária haviam agredido Adélio, assim como também há relatos de hostilidades ao criminoso.
O piloto Felipe Ramos Morais, de 35 anos, acusado de prestar serviços para o PCC, confirmou ao UOL que as hostilidades a Adélio realmente aconteceram. O homem contou que era o melhor amigo de Adélio na prisão e que costumavam jogar damas juntos.
Segundo Felipe, que já está em liberdade, Adélio teve o pé quebrado por agentes da penitenciária, pois não queria tomar sol, mas foi carregado à força. Porém, de acordo com a direção do presídio, foi durante uma revista para o banho de sol, que Adélio não aceitou as ordens dos agentes, e começou a jogar roupas no chão e a chutar a porta da cela. O preso teve de ser imobilizado e levado à força para o isolamento por dez dias.
Segundo Adélio, e de acordo com o artigo de Josmar Jozino, o agente só fazia aquilo com ele, e certa vez jogou até a comida dele no chão da cela. Foi dito na sindicância que o servidor era bolsonarista e costumava dizer que quem vota no Lula é “vagabundo”, enquanto Bolsonaro é “um homem de Deus”.