Como o homem era ativamente contra a imunização, o juiz decidiu que não seria benéfico para o bem-estar da criança continuar a vê-lo.
Um pai canadense perdeu temporariamente o direito de ver seu filho de 12 anos. O motivo: a sua falta de imunização contra o vírus que lançou o mundo numa pandemia desde o primeiro semestre de 2020.
De acordo com informações do jornal BBC, o juiz responsável pelo caso decidiu que suas visitas não seriam do “melhor interesse” da criança, uma vez que poderiam comprometer a saúde dela.
A situação teve início quando o pai fez um pedido legal para estender o período de visitação com o filho, durante suas férias. A mãe da criança, com quem ela vive, recusou-se a acatar o pedido, alegando para o tribunal que havia descoberto recentemente que o homem não estava vacinado, inclusive, usava suas redes sociais para compartilhar conteúdo deliberadamente contra a imunização que salva vidas e criticando as medidas para garantir a saúde pública. O júri teve acesso às postagens do homem para comprovar suas tendências antivacina.
Outro fator que pesou na suspensão temporária dos direitos de visita do pai foi o fato de seu filho morar com mais duas crianças, seus irmãos por parte de mãe, que são jovens demais para se vacinarem, ou seja, o convívio da criança com seu pai poderia pôr em risco todos os moradores da casa e demais pessoas com quem tivessem contato.
A criança já havia iniciado sua imunização contra o coronavírus, de acordo com o jornal Independent, ainda assim conviver com um adulto não vacinado poderia ser um risco grave de contágio.
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De posse de todas essas informações, o juiz decidiu que a convivência com o pai não era benéfica para a criança, pois representava um risco para sua saúde quando se registra aumento de infecções por coronavírus no Canadá e em todo o globo. Por isso, as visitas ao filho foram suspensas por um mês ou até que o pai tomasse a vacina.
Esse julgamento foi o primeiro no país a privar um pai do direito de visitar o filho por conta da imunização contra uma doença contagiosa, como a covid-19. Em Quebec, onde o caso ocorreu, apenas 12% dos residentes são elegíveis à imunização, mas seguem sem se vacinar. Embora pareça baixo, esse percentual representa mais de um quarto de todos os casos hospitalares na região.
De acordo com dados federais de vacinação, mais de 85% dos residentes de Quebec receberam pelo menos uma dose até 1º de janeiro de 2022. Na província, também se registrou o maior número de mortes relacionadas à covid no país.
A província canadense de Quebec anunciou que vai impor um novo imposto de “contribuição de saúde” para os não vacinados. O primeiro-ministro François Legault informou que ainda não foi definido o valor dessa taxa, mas já avisou que será significativo. O político disse que a aplicação da multa é uma questão de justiça com o grande percentual da população que fez sacrifícios e se imunizou da forma e no tempo corretos.
O primeiro-ministro explicou que as únicas pessoas não vacinadas que não precisarão pagar a multa serão aquelas que não se imunizaram quando podiam por questões médicas.
No Brasil, o ministro da saúde Marcelo Queiroga comunicou que nas terras tupiniquins a maioria dos internados por covid-19, em janeiro de 2022, eram pessoas não vacinadas ou que não haviam completado o ciclo de imunização, ou seja, não tomaram todas as doses necessárias.