Nesta última terça-feira, 15 de fevereiro, fortes chuvas inundaram diversos locais em Petrópolis, no Rio de Janeiro, fazendo com que diversas famílias deixassem as próprias casas.
Devido à tempestade, algumas crianças, ainda, precisaram ficar presas nas escolas até mais tarde, para garantir que estivessem seguras na hora da saída. Foi o caso do filho de Fabiana Dias da Silva, Lucas, de 10 anos. Em entrevista, a auxiliar de escritório e também mãe de Beatriz, de 17 anos, relatou um pouco do que aconteceu.
Fabiana disse que estava em mais um dia comum no trabalho quando as chuvas começaram. Foi questão de tempo para receber uma ligação da escola do filho. “Meu filho fica na escola até as 18h, que é a hora que eu saio do trabalho. Quando deu 17h30 a escola emitiu um comunicado dizendo que não poderíamos buscar as crianças porque o rio estava cheio, caiu a barreira e estava tudo alagado”, começou ela, relembrando o último dia.
Para proteção das crianças, as funcionárias da escola logo realocaram os alunos para o segundo e terceiro andar do prédio. “Já fiquei angustiada, porque ficamos presas no trabalho também”, conta Fabiana. Foi apenas às 21h que a mãe conseguiu voltar para buscar o filho na escola. “Eles disseram que o rio tinha abaixado, mas não passava nada, só a pé”.
“Quando cheguei na rua fiquei em choque. Para passar na rua da escola tivemos que entrar na lama. Chegando na escola, ele (Lucas) estava muito assustado. Tentei tranquiliza-lo mais a cena era de terror”, continua ela.
Mal sabia Fabiana que os momentos seguintes também não seriam de tranquilidade. Do caminho da escola para casa, ela e o filho passaram por corpos de pessoas mortas, presenciaram um arrastão e precisaram se abrigar em uma outra escola. “Passamos por pessoas mortas na rua e eu precisava ficar tapando o rosto dele para não ver. As pessoas gritaram que estava tendo arrastão. Ele ficou desesperado. Entrei em uma escola publica procurando abrigo ate meu irmão chegar e me levar pra casa”, finalizou ela.