O instrutor de tiro afirmou em suas redes sociais que apenas as pessoas que saíram antes do ataque sobreviveram.
Desde o início de 2014, o conflito armado entre a Ucrânia e a Rússia teve início, com bombardeios ocorrendo pela linha de frente na fronteira que separa os países. Mas foi a invasão militar em 24 de fevereiro deste ano que chamou a atenção de toda a população mundial.
Segundo informações do Council on Foreign Relations, estima-se que ao menos 1,5 mil civis tenham morrido, em um total de cerca de 15 mil óbitos. Ao menos 3 milhões de refugiados fugiram da Ucrânia desde a invasão, e quase 2 mil prédios foram destruídos. Acompanhar em tempo real o conflito provoca um misto de impotência e medo, fazendo com que os cidadãos pensem sobre os impactos da guerra a curto, médio e longo prazos.
Mas, para alguns, a vontade de entrar no conflito para ajudar de alguma forma é grande, justamente o sentimento que motivou o instrutor de tiro Tiago Rossi, de 28 anos, a sair do Brasil para integrar a Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia. De acordo com reportagem do Metrópoles, ele acabou fugindo para a Polônia depois de um ataque aéreo russo na base militar em que estava instalado.
O relato foi feito pelo próprio instrutor em suas redes sociais, e ele relatou no dia 13 de março que o ataque aéreo russo foi feito na região de Lviv, e a Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia é composta por estrangeiros que querem se juntar à resistência contra as tropas russas.
![Brasileiro voluntário na guerra da Ucrânia foge para Polônia: “Não imaginava o que era uma guerra”](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/03/2-Brasileiro-voluntario-na-guerra-da-Ucrania-foge-para-Polonia-Nao-imaginava-o-que-era-uma-guerra-400x400.jpg)
O atual presidente da Rússia, Vladimir Putin, chegou a falar publicamente sobre os estrangeiros que chegam à Ucrânia com o intuito de lutar contra seus soldados, dizendo que não vai poupar os mercenários. Ambos os países usam mercenários nos ataques, mas o presidente defendeu que suas mortes devem ser atribuídas às administrações de seus próprios países.
Depois da fuga no dia 13, ele bloqueou a conta do Instagram e excluiu diversos vídeos das redes sociais, mas o relato sobre o ataque em Lviv e suas impressões sobre o conflito ainda estão disponíveis em outros canais e perfis. Segundo o instrutor de tiro, apenas as pessoas que conseguiram sair da base antes do ataque aéreo sobreviveram.
Ele explicou que, no local, tinham militares das forças especiais do mundo todo, e que tinha recebido a informação de todos tinham morrido. Tiago ainda afirmou que a Legião foi exterminada de uma só vez, e que “não imaginava o que era uma guerra”. O governo da Ucrânia relatou que o ataque deixou 35 mortos, mas a Rússia defende que foram cerca de 180 mortos, sendo todos “mercenários estrangeiros”.
![Brasileiro voluntário na guerra da Ucrânia foge para Polônia: “Não imaginava o que era uma guerra”](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/03/3-Brasileiro-voluntario-na-guerra-da-Ucrania-foge-para-Polonia-Nao-imaginava-o-que-era-uma-guerra-400x400.jpg)
Tiago explicou que assim que assim que acabou a primeira onde de mísseis, o grupo foi reagrupar o batalhão para saber quantas baixas tinham. A orientação que receberam foi de que tinham que sair do local o mais rápido possível, como os ataques aéreos disparavam mísseis, o instrutor contou que não tinha o que ser feito, a não ser tentar escapar com vida.
- Notícias: Templos “instagramáveis” e DJs em cultos: Igrejas adotam estilo pop, mas mantêm discurso conservador
A base militar servia como armazenamento de armas e diversos equipamentos militares, e Lviv fica a cerca de 25 quilômetros da Polônia. Mesmo depois que receberam ordens para deixar o local, alguns militares decidiram ficar no batalhão. Assim que chegaram à Polônia, acabaram descobrindo, através de uma mensagem, que o bombardeio russo tinha acabado com o local.
Nas redes sociais, os relatos de Tiago dividem a opinião pública. Alguns ressaltam que ele agiu com coragem, mas acabou encontrando um cenário que nunca tinha visto. Outros ainda remetem à preferência política – o instrutor é apoiador do Bolsonaro – e chegaram a fazer piada com a fuga.
Confira abaixo o relato: