Prints mostram as mensagens que a adolescente de 17 anos enviou, por meio de um jogo online de ludo, para pedir socorro após ter sido agredida pelo namorado.
O caso foi registrado no Jardim Novo Horizonte, no dia 26 de abril. O suspeito das agressões foi levado à delegacia no dia da ocorrência, onde foi ouvido e liberado.
As imagens foram enviadas a uma outra integrante, no chat do próprio jogo. Na conversa, a vítima pede ajuda e diz que não pode ligar para a polícia.
Em seguida, a conversa segue no aplicativo WhatsApp. A jovem conta que o namorado batia nela todos os dias e que fazia ameaças de morte, mas diz que a polícia não acreditaria nela.
![Adolescente pede socorro em jogo online após ser agredida pelo namorado](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/05/Captura-de-Tela-2022-05-04-a%CC%80s-09.54.36.png)
“Ele mim ameaça. Se eu for embora, ele mim mata. Ele mim bate todo dia”, relata ela nas mensagens.
Preocupada, a outra integrante fez diversas perguntas à jovem, como “onde ela morava”, “se o namorado estava junto” e “se ela tinha outro lugar para ir”.
“‘Vc tem q gritar quando a polícia chegar”, diz a jovem.
Agressão
No dia 26, a Polícia Militar recebeu uma denúncia anônima sobre violência doméstica. Segundo a denúncia, a vítima havia pedido socorro pelo jogo após relatar agressão e cárcere privado pelo namorado, de 24 anos. A garota também indicou a localização da casa do suspeito.
Quando a PM foi até o imóvel, encontrou a jovem com vários hematomas pelo corpo e rosto. Ela contou que mantinha um relacionamento afetivo e que morava com o namorado havia cinco meses, que era agredida frequentemente e que recebia ameaças quando tentava terminar a relação e voltar para a casa da mãe.
Após atendimento médico, o caso foi encaminhado à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), onde a mãe da jovem contou que era aterrorizada pelo rapaz havia tempos, e não havia registrado boletim de ocorrência anteriormente pois ele ameaçava tirar a vida da filha dela caso a polícia fosse chamada.
Um exame de corpo de delito foi pedido. O rapaz foi ouvido e solto. Ele pode responder por violência. A Polícia Civil investiga o caso.
Medida protetiva
Após a denúncia, a Justiça concedeu medida protetiva para a mãe e para a filha no dia 27 de abril.
Ao g1, a mãe da adolescente contou que, no começo do namoro, o rapaz era tranquilo, mas foi mudando ao longo do tempo e, de cinco meses para cá, a agressão verbal dele contra a vítima passou para física.
“Foi ficando complicado. Ele invadiu a casa onde eu moro com uma faca, fez minhas duas filhas e uma parente minha tudo refém dentro de um quarto, isso há uns três meses”, diz a mãe.
A mãe ainda relatou as constantes ameaças de morte que recebeu do parceiro da filha e que até pensou em registrar um boletim de ocorrência.
“Ele falou: você vai escolher, ou você quer a sua filha viva ou você dá queixa e eu mato ela e me mato que não dá nada. Foi acontecendo, e eu não sabia mais o que fazer. Ele não deixava ela sair, ele bloqueava e ela ia para a minha casa fugir. Era um tormento, era uma tortura. Ele queria manter ela por perto”, conclui.
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“Ela não dorme, ela não está se alimentando, ela está com medo, todo barulho ela pensa que é ele novamente batendo na porta e entrando. Eu não sei nem o que falar.”
Se você presenciar um episódio de violência contra a mulher ou for vítima de um deles, denuncie o quanto antes através do número 180, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.