O bispo-emérito Angélico Sândalo Bernardino, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva há mais de cinco décadas, foi o escolhido para comemorar a ocasião.
Um dos assuntos mais comentados das últimas semanas tem sido o casamento entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a socióloga Rosângela da Silva, a Janja. Entre os ritos escolhidos pelo casal, a roupa da noiva e a lista de convidados, outra grande curiosidade do público é saber quem vai celebrar a cerimônia.
De acordo com informações do colunista do UOL, Chico Alves, dom Angélico Sândalo Bernardino foi o escolhido para essa união de um dos casais mais comentados do país atualmente. Bispo emérito de Blumenau, é amigo de Lula e esteve presente em todos os momentos cruciais de sua vida profissional e pessoal.
Desde as greves do ABC, até sua prisão em Curitiba, os dois se conhecem há mais de cinco décadas.
O padre conta que é amigo da família de Lula, e que esteve presente em batizados, casamentos dos filhos e até mesmo fez uma oração quando Marisa, a segunda esposa do ex-presidente, estava internada, pouco antes de sua morte. Dom Angélico conduziu o ato religioso no velório da ex-primeira-dama na sede do Sindicato dos Metalúrgicos.
Para o religioso, poder celebrar o casamento do ex-presidente é uma alegria, principalmente depois de tantos momentos ruins que Lula passou nos últimos anos. Citando uma frase do papa Bento XVI, dom Angélico explica a importância da união pouco antes de um dos momentos mais tensos do político em ano eleitoral: “Amai-vos e não armai-vos”.
O padre preferiu não revelar nenhum detalhe sobre o evento, e reforçou que até mesmo os convidados só iriam saber o local da cerimônia momentos antes, quando usassem os celulares no QR Code impresso no convite. Ele ainda reforçou que o ex-presidente é “católico para valer”, e que sabe que ele apostaria na união religiosa.
Posicionamento político
O padre ainda reforçou na entrevista que seu interesse pelo âmbito social acabou fazendo com que se aproximasse de políticos de diversas áreas, e não vê problema algum em dar sua opinião sobre temas que acredite serem de suma importância para o país. Para ele, o voto é uma ferramenta de transformação, e os eleitores deveriam buscar a paz e a justiça social.
Dentre as principais preocupações de dom Angélico está a ameaça à democracia, e ele ainda explica que segue rezando para que exista respeito quando o resultado das urnas vier à tona.
Outro ponto que ele aponta como prejudicial é quando o protagonista de uma campanha aposta mais em mentiras e calúnias do que em construir verdadeiramente uma proposta de governo capaz de melhorar a vida dos cidadãos, principalmente aqueles que mais precisam.
O padre ainda reforça que lamenta muito o golpe que Dilma Rousseff sofreu, assim como o fato de Lula ter sido vítima de interesses partidários, fazendo com que se tornasse réu de processos que, posteriormente, acabaram sendo anulados por ausência de provas ou por completa desconfiança de veracidade no caso.
Para dom Angélico, o que o motiva é ver que ainda existe felicidade no mundo, e torce para que as situações positivas tomem espaço das negativas, como desemprego, guerra e inflação.
Dom Angélico torce para que Lula continue firme em sua família, como sempre fez, e conta que louva a Deus pelo casamento do amigo. Sempre muito aberto às alegrias e aos dissabores do mundo, mesmo aos quase 90 anos, ele pretende seguir dessa forma, não apenas se importando com as injustiças do mundo, mas trabalhando ativamente da maneira que pode para diminui-las.