Nas imagens é possível ver que a mulher teve o rosto empurrado pelo presidente, e logo em seguida foi retirada pela equipe de segurança do evento.
No dia 15 de julho, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou uma motociata em Juiz de Fora, Minas Gerais, com seus apoiadores. Ele chegou pouco antes das 9h, utilizou um colete à prova de balas e contou com a presença de Carlos Viana (PL), Marcelo Queiroga, Augusto Heleno, Daniel Silveira (PL), Sheila Oliveira (PL) e Charlles Evangelista (PP).
Um vídeo que circula no Twitter, publicado pelo deputado Hélio Lopes (PL), mostra o momento em que uma influenciadora e modelo confrontou o atual chefe do Executivo e o chamou de corrupto. Nas imagens, é possível ver que Bolsonaro empurra o rosto da mulher com uma das mãos, e sua equipe de segurança posteriormente a retira do local.
Segundo reportagem do Terra, a mulher, que preferiu não ser identificada, disse que depois do ocorrido, tem sofrido ataques virtuais de apoiadores do atual presidente. Em entrevista delicada, ela contou que teme por sua integridade física, que está assustada com a situação e que deseja apenas seguir em frente com sua vida.
“A violência do bolsonarismo mais uma vez atacou e hoje fui a vítima”, disse a modelo. De acordo com ela, no dia da motociata, estava passeando pelas ruas da cidade com seu cachorro quando se deparou com Bolsonaro, e decidiu demonstrar sua insatisfação com a política que ele pratica atualmente na presidência da república.
Segundo reportagem do UOL, a mulher o chamou de corrupto, e, posteriormente, em uma live nas redes sociais, Bolsonaro comentou o caso, e afirmou que ela estava usando uma camiseta do Lula. “É o fim da picada ser chamado de corrupto por petista. É o fim da picada”, disse o atual chefe do Executivo em seu perfil nas redes sociais.
“Fui agredida”
A influenciadora contou que, no momento em que falou sobre o atual governo, foi agredida por Bolsonaro.
“Demonstrei minha insatisfação com sua política e fui prontamente agredida pelo próprio presidente, que empurrou o meu rosto para trás”, disse a mulher. Logo depois, ela acabou sendo retirada por pessoas que acredita serem apoiadores ou seguranças, e explica que esse comportamento do presidente é comum com mulheres, sejam elas apoiadoras ou não.
Ela confirma que chamou o atual presidente de “corrupto” e “fascista”, mas nega ter gritado frases de apoio ao Partido dos Trabalhadores (PT) ou à Lula. Bolsonaro, em contrapartida, disse em suas redes que a mulher estava vestida com a camiseta do ex-presidente, e que gritou “Lula” assim que o viu.
Nos comentários, o público se dividiu entre os apoiadores do presidente, e o movimento de oposição. Alguns afirmaram que a mulher não poderia fazer o que fez, enquanto outros reforçaram que o chefe do Executivo é misógino, por conta do tratamento que deu à modelo no momento da motociata.
A última pesquisa do Instituto DataFolha, divulgada pela Folha de S. Paulo, no dia 28 de julho, revela que o ex-presidente Lula tem 47% de intenções de voto, Bolsonaro tem 29%, Ciro Gomes (PDT) tem 8% e Simone Tebet (MDB) tem 2%. A equipe que conduziu a pesquisa ouviu 2.556 pessoas nos dias 27 e 28 de julho, em 183 cidades do Brasil, e a margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
O instituto aponta que esta foi a primeira pesquisa eleitoral do DataFolha depois que a PEC Kamikaze foi aprovada, permitindo que Bolsonaro turbinasse benefícios sociais durante a eleição. A proposta, de acordo com informações do G1, dribla a lei e cria estado de emergência, com previsão de gastar R$ 41 bilhões para aumentar o Auxílio Brasil, vale-gás e ajudar caminhoneiros e taxistas até o fim do ano.