A escritora optou por liberar à equipe da produção da série todas as imagens que tinha do crime da filha, ainda que fossem chocantes.
Considerado um dos crimes mais brutais e impactantes do Brasil nas últimas décadas, o assassinato de Daniella Perez, uma atriz de apenas 22 anos, que estava rumo ao ápice da carreira profissional, voltou a ficar sob os holofotes com o lançamento da série da HBO Max “Pacto Brutal: o assassinato de Daniella Perez”.
Uma das coisas que tem chamado a atenção dos espectadores são as imagens exclusivas liberadas para a equipe de produção por Gloria Perez, dramaturga e mãe da jovem atriz. Na época do crime, logo depois do Natal de 1992, a autora escreveu a novela que Daniella e seu assassino, Guilherme de Pádua, atuavam, “De Corpo e Alma”.
O crime, envolto em muitos mistérios, mentiras e deduções chamou a atenção da mídia na época, principalmente por conta dos requintes de crueldade com que o corpo da atriz foi encontrado. Essas imagens estão presentes na série da HBO, e Gloria afirmou, em entrevista ao Splash, que fez questão de mostrar o que tinha ocorrido com a filha.
Daniella sofreu 18 punhaladas, sendo a maior parte no coração, que acabou exposto com a violência empregada. A escritora explicou que, para contar a história do que aconteceu com a filha era preciso “mostrar o que eles fizeram”, isso porque durante muito tempo se arrastou múltiplas ideias de que o que mais importava na história era a história por trás do que aconteceu, e não a crueldade em si.
![Glória Perez deu fotos chocantes de Daniella assassinada para série: “Mostrar o que eles fizeram”](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/07/daniella-perez-3.png)
Ainda que Gloria reforce que sente dor ao olhar as imagens, o choque e a tristeza ao ver aquilo presencialmente, e depois precisar assistir a mídia e os assassinos minimizarem o que ocorreu. Durante anos, a dramaturga lutou contra a forma como a mídia reportava o caso, classificando os acontecimentos como “passionais”, como se Guilherme tivesse feito tudo “sem querer”. Para ela, não existe nada de acaso nas ações do ex-ator e da sua esposa na época, Paula Thomaz, sendo tudo planejado com antecedência.
A necessidade de falar sobre o assunto quase 30 anos depois que tudo aconteceu surgiu há alguns anos para Gloria, que queria de uma vez por todas contar a história de forma menos sensacionalista. De acordo com ela, os diretores da série, Tatiana Issa e Guto Barra, não criaram teorias e novas versões, apenas mantiveram tudo o que consta nos autos do processo.
A única exigência de Gloria era que as versões de Guilherme e Paula não fossem apresentadas, mas eles sequer chegaram a fazer esse tipo de proposta. A escritora ainda afirmou que, caso exista curiosidade em ver como eles estão, basta apenas abrir as redes sociais, onde eles se mostram impunes. Ambos foram condenados por homicídio duplamente qualificado, ele a 19 anos e ela a 18 anos e seis meses, mas saíram depois de cumprir um terço da pena.
Medo
![Glória Perez deu fotos chocantes de Daniella assassinada para série: “Mostrar o que eles fizeram”](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/07/daniella-perez-2.png)
Gloria se lembra de sentir insegurança depois que tudo aconteceu, isso porque Daniella e Guilherme eram colegas de elenco, chegaram a dividir as telas como par romântico ocasional na novela “De Corpo e Alma”, ainda assim ele foi capaz de demonstrar frieza no assassinato e depois, ao consolar o marido da atriz, Raul Gazolla, e os familiares.
![Glória Perez deu fotos chocantes de Daniella assassinada para série: “Mostrar o que eles fizeram”](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/07/2-Gloria-Perez-deu-fotos-chocantes-de-Daniella-assassinada-para-serie-Mostrar-o-que-eles-fizeram.jpg)
Gloria Perez relembra que a atriz Carla Daniel foi quem contou a Guilherme de Pádua sobre a morte de Daniella, e que ela teria recebido uma resposta fria por parte do ator. “Como ficam as gravações amanhã?”, teria perguntado Pádua, segundo o relato da dramaturga. A mãe ainda fez questão de tocar nos pontos que mais a afetaram durante o processo na década de 1990, como o sensacionalismo, a impunidade e o machismo na hora de abordar o caso.