Entenda o funcionamento do setor!
O Primeiro Comando da Capital, conhecido também como apenas “PCC” é a maior organização criminosa do Brasil, e provoca arrepios em muita gente. Com cerca de 30 mil membros, sendo 8 mil apenas no estado de São Paulo, onde tem maior força, o PCC funciona como uma grande organização, com setores específicos para cada linha de atuação.
Segundo informações compartilhadas em uma matéria da UOL, a organização criminosa é tão “profissionalizada” que possui até um “setor de empréstimos”, com o objetivo de ajudar os batizados e simpatizantes.
No entanto, eles não apenas realizam os empréstimos, como tem um setor de cobrança, para entrar em contato com os associados endividados, os cobrando a quitar os débitos.
Na matéria, é explicado que os recados que a facção manda aos inadimplentes são conhecidos como “salve’, e pelo que tudo indica, são várias as pessoas devendo ao PCC. No “salve”, o “setor de empréstimos” afirma que tem ciência dos “tempos difíceis”, mas que as dívidas devem ser pagas, com cada caso sendo analisado com a “família” (PCC).
Descoberta
O celular apreendido pela Polícia Civil, que permitiu a descoberta dessa parte da organização era de de Sandro Vieira Conceição, 30, o Patinho, integrante do PCC.
O homem, que está foragido, é acusado de participação no assassinato de Gilianderson dos Santos, 37, morto a tiros dentro do Hospital Santo Amaro, no Guarujá, em 24 de abril deste ano.
De acordo com as investigações, o ortopedista Alexandre Pedroso Ribeiro, 54, funcionário do hospital e conhecido no Guarujá como “Doutor PCC”, teria facilitado a entrada de Sandro e Vitor Hugo Assunção, 26, o Pikachu, no hospital onde o crime foi cometido.
Gilianderson recebeu a setença de morte do PCC pela acusação de crime sexual. Os três envolvidos no assassinato dele foram denunciados à Justiça e são réus. O médico e Vitor Hugo estão presos.
Tribunal do Crime
Os policiais descobriram que Sandro era o “disciplina” do PCC na Baixada Santista, responsável por impor castigos aos inimigos ou faccionados acusados de não cumprir as regras de conduta da organização. Ele agia sob o “Tribunal do Crime”.
Pelo menos três outras encomendas de morte também foram encontradas no celular do integrante do PCC, datadas de abril desse ano.
As três mortes eram de Paulo Sérgio, do Grajaú, acusado de traição envolvendo inimigos; Diogo, um faccionado, que teria roubado dinheiro da facção; e Jefferson, de Cubatão, que teria agido em contradição com a ética do crime.
Não roubar e não matar
O PCC já mostrou ter uma organização e hierarquia, e isso também é comprovado pelas mensagens no celular de Sandro.
Em em 13 de abril de 2022, o PCC enviou um comunicado em um grupo que Sandro fazia parte. Desta vez, o “salve”, desta vez, orientava os faccionados a não atacar pedestres, trabalhadores e estudantes e vítimas em pontos de ônibus.
De autoria do responsável pelo Tribunal do Crime, a mensagem dizia que “muitos maloqueiros não têm consciência e estão roubando pedestres voltando do trabalho ou da escola e, muitas vezes, tiram até a vida por causa de um telefone celular”.
Segundo o texto, esse tipo de roubo “não é gratificante”, não tem o apoio do PCC, e os faccionados precisam seguir a disciplina do grupo.
O autor do texto, no entanto, esclarece que o PCC não está impedindo ninguém de fazer o “corre” (roubo), mas pontua que é necessário ter consciência e não atacar pedestres, principalmente em pontos de ônibus perto das comunidades.