Caso foi publicado por colunista do Metrópoles, e duas fieis apontam que o pastor Josué Valandro Jr. nada fez para resolver o problema.
Considerado o guru religioso da primeira-dama Michelle Bolsonaro, o pastor Josué Valandro Jr. é apontado por duas fieis da igreja como o responsável por abafar um caso de golpe que teria acontecido na congregação evangélica que ele dirige. O caso supostamente aconteceu em 2017, e as mulheres afirmam que perderam cerca de R$ 1 milhão que enviaram ao pastor Oséias Oliveira de Abreu, mas que nada aconteceu.
Segundo colunista do jornal Metrópoles, o golpe aconteceu na Igreja Batista Atitude, com o ex-pastor do local, Oséias. Os episódios acabaram resultando em processos contra o acusado e contra a congregação, liderada pelo guru de Michelle. As vítimas explicaram que, na época, o pastor tinha garantido que o dinheiro seria para um investimento fora do país, e que elas teriam retorno financeiro depois de um tempo.
Dessa forma, as fiéis transferiram quase R$ 1 milhão para uma conta que estava em nome de uma empresa do pastor Oséias, mas o dinheiro simplesmente desapareceu, e sequer o valor investido elas conseguiram recuperar. O acusado era líder de uma célula que ambas frequentavam no Rio de Janeiro, além de atuar como supervisor da congregação que Josué lidera e comanda.
Nos autos do processo que as mulheres abriram, de acordo com o colunista, consta que elas procuraram o pastor Josué, denunciando o que tinha ocorrido, mas que ele não se preocupou em resolver a questão perante as autoridades, permanecendo em silêncio. As vítimas afirmaram que ele “ignorou a queixa”, e preferiu preservar a imagem da congregação, ocultando de todos o que tinha acontecido.
Uma das vítimas, a economista Alessandra Costa de Azevedo, conta que transferiu cerca de R$ 200 mil para uma conta de Oséias em Miami, e que o pastor Josué Valandro apenas entrou em contato com ela depois que o processo foi aberto, mesmo que ela tivesse tentado contato várias vezes. Na ocasião, acreditando que ele iria “estender a mão”, ela acabou ouvindo do líder que não era para ela envolver o nome dele e nem o da igreja em processo algum.
A outra vítima, a dona de casa Sigrid Engersen de Souza, contou que optou por incluir o nome do líder da congregação também entre os alvos do processo, em busca de reaver os R$ 726 mil que perdeu com Oséias. Nos autos, a mulher anexou troca de mensagens que teve com Josué: “Se arrependa enquanto é tempo! A igreja nada tem a ver com isso e vc sabe! Faz de quem te apoiou a vida inteira teus inimigos? Acha que Deus vai abençoar isso?”, escreveu o pastor Valandro à fiel.
Para Sigrid, essa foi uma tentativa de causar medo, para que o processo não fosse levado adiante e que seu nome, assim como o de sua igreja, não fossem envolvidos. A vítima ainda relembra que, assim que descobriu que ela tinha dado continuidade, ele supostamente teria a amaldiçoado, falado mal dela dentro da igreja, também excluindo sua conta da plataforma da igreja.
Neste ano, Josué alegou à Justiça que Oséias de Abreu era líder e supervisor da sua congregação, que sabia dos processos que o envolviam, mas que sua igreja não tinha relação nenhuma com o sumiço do dinheiro. O pastor ainda afirmou, através do advogado, que “não comenta” processos em andamento e que já teria se defendido na ação.
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Congregação
O pastor Josué fundou a Igreja Batista Atitude no início dos anos 2000, e hoje, a denominação tem 17 filiais, incluindo uma nos Estados Unidos e outra no Canadá. A congregação ficou sob os holofotes quando a atual primeira-dama, Michelle Bolsonaro, passou a frequentar seus cultos, atuando como intérprete de libras.
Durante as últimas eleições presidenciais, o pastor orou para que Jair Bolsonaro vencesse a disputa, quando ele subiu em seu palco. Depois de eleito, Josué passou a frequentar o Palácio da Alvorada, e ainda foi condecorado com a Ordem do Rio Branco, uma das principais honrarias concedidas pelo governo.