Com a Independência do Brasil chegando cada vez mais próximo, quanto custaria abastecer os veículos blindados para os desfiles?
Desde 2020, quando a pandemia da COVID-19 estourou no Brasil, muitos eventos importantes foram cancelados no país para conter e prevenir a população de maiores perdas. O isolamento social se tornou imprescindível, bem como, a reflexão sobre determinados eventos que aconteciam no Brasil, que precisaram ser adiados para outros anos, visando o bem social.
No feriado do dia 7 de setembro, por exemplo, que é comemorado a Independência do Brasil, os desfiles tradicionais da data precisaram ser cancelados. Felizmente, este ano o evento com os veículos das Forças Armadas deve voltar a ocorrer neste ano, após dois anos de cancelamento. As festividades devem ser realizadas em Brasília e no Rio de Janeiro, segundo o UOL Carros, comemorando o bicentenário da Independência. Além disso, o evento também tem sido utilizado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para incitar seus apoiadores a manifestações contra TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e STF (Supremo Tribunal Federal).
Tendo em vista a proximidade dos eventos e em um momento de bastante sensibilidade já que o preço do diesel ultrapassa valores cada vez maiores, a dúvida que fica entre a população é: qual seria o consumo e valor para abastecer os veículos blindados, ou seja, os tanques de guerra.
Conforme o UOL Carros apurou, o Exército Brasileiro se limitou a dizer que o Dia da Independência do Brasil é uma data cívica, na qual a Nação celebra a independência do país. Assim, as comemorações em geral são programadas e organizadas pelos governos municipais e/ou estaduais. Já o Exército Brasileiro participa auxiliando na organização e realizando os desfiles militares nas diferentes cidades em que está presente.
De acordo com documentos criados por especialistas de instituições militares e ao material feito por Expedito Carlos Stephani Bastos, especialista e autor de livros sobre carros de combate, entre eles o “Engesa EE-9 Cascavel – 40 anos de combates 1977 – 2017, Coleção Blindados no Brasil, número sete”, há diversos modelos diferentes de tanque de carros blindados, alguns, inclusive, mais populares do que outros. Além disso, não são todos que utilizam as famosas “lagartas” para se locomover, visto que há outros que funcionam como rodas convencionais.
Este é o caso do Iveco Guarani, um modelo construído em Sete Lagoas (MG) e que já tem mais de 500 unidades entregues ao Exército. Embora esse número tenha sido divulgado na época do lançamento do veículo de transporte de tropas, a seção de defesa da marca italiana afirmou que não poderia ajudar a reportagem com mais informações, pois isso é assunto restrito ao Exército.
Mesmo assim, segundo o UOL Carros, são 2,3 km/l em estrada, enquanto o reservatório de combustível comporta 270 litros. Então, ao levar em consideração o preço médio do diesel de R$ 7,42, pesquisado pela Agência Nacional do Petróleo, o valor de abastecimento total do tanque de gasolina chega a R$ 2.003.
O modelo Iveco Guarani complementa e substitui os antigos Engesa EE-9 Cascavel, o blindado que também conta com seis rodas e foi desenvolvido no Brasil. Apesar disso, o consumo é parecido com o do veículo mais moderno: 2,25 km/l e comporta até 390 litros de diesel, reservatório que demanda cerca de R$ 2.854.
Ainda sobre os veículos de transporte de tropas, há o M113, um clássico movido por meio de “lagartas”. Este veículo faz uma média de 1,8 km/l na estrada e tem um tanque de 360 litros, o que exige R$ 2.635 para completá-lo. Vale lembrar também que o uso em estrada é um dos mais econômicos possíveis e que tudo pode mudar conforme as situações de terreno.
Sobre os tanques de guerra mais pesados, eles consomem mais, além de demandar mais dinheiro para serem abastecidos. O tanque norte-americano M-60A3TTS é um reservatório respeitável. São 1.400 litros para cobrir os 0,3 km/l na estrada, que precisa de cerca de R$ 10.248 para completar o tanque.
Outro tanque pesado é o alemão Leopard 1A1 e 1AT, que tem um reservatório de 985 litros, mas seu consumo varia. O primeiro atinge 0,4 km/l, enquanto o segundo faz 0,6 km/l, respectivamente. Já o custo total de reabastecimento chega a R$ 7.210.
Os preços são baseados nos postos de gasolina, por isso, o Exército pode pagar um valor diferente. Além disso, vale levar em consideração que os veículos que participam do desfile de 7 de setembro não têm necessariamente que ser abastecidos até o limite para poder rodar.