O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta sexta-feira que o orçamento secreto é a “fonte do maior esquema de corrupção da história do país”.
Ao participar de um ato em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) em São Paulo, o petista também criticou novamente o teto de gastos e a atuação das agências reguladoras.
“Um dos nossos maiores desafios é a necessidade urgente de reconstruir o pacto nacional pela saúde pública de qualidade. Esse pacto foi quebrado pelo golpe de 2016, e transformado pelo atual presidente em um verdadeiro caos, irrigado pelo dinheiro do Orçamento Secreto, fonte do maior esquema de corrupção da história deste país”, afirmou Lula, em discurso lido.
Em outro trecho, o candidato do PT disse que o teto de gastos “tira dos pobres para dar aos ricos” e voltou a repetir: “Não haverá teto de gastos em nosso governo.”
Lula também atacou a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) na área da Saúde e afirmou que o governo atual “espalhou na cabeça de muitos uma visão anticientífica e antivacina”.
Ao enumerar realizações de seu governo na Saúde, Lula se queixou da aprovação do fim da CPMF pelo Congresso em 2006.
“Eu me lembro quando a direita deste país resolveu no final de 2006 acabar com CPMF e tirar da Saúde praticamente R$ 40 bilhões. Com o objetivo de me prejudicar, eles resolveram tirar.”
O petista também abordou o papel das agências reguladoras.
“Fortalecemos o papel regulador do Estado, imprimindo à ANS e à Anvisa as autonomias necessárias, mas, ao mesmo tempo, mantendo-as articuladas com as políticas do Ministério da Saúde, aumentando sua transparência e permitindo mais segurança à população e aos mercados regulados.”
Em um trecho improvisado, porém, fez críticas ao excesso de poder das agências ao lembrar da nomeação feita em seu mandato para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em que o indicado contrariou uma posição do governo.
“Indiquei um companheiro sindicalista, amigo meu, para trabalhar na agência de telecomunicações. Passados uns oito meses, teve um problema, e eles recusaram uma proposta do ministro das Comunicações. Chamei o cara da agência para conversar. Sabe o que ele me falou? ‘Presidente, foi o senhor que me indicou, mas a agência tem autonomia e não vai cumprir a decisão’.”
Lula, então, prosseguiu contando que acionou a Advocacia Geral da União (AGU) para dar um parecer e disse que a Anvisa enfrenta hoje enfrenta problemas:
“Tive que chamar a AGU para fazer um parecer e colocar esse rapaz no seu lugar e dizer para ele que as decisões de políticas são do governo, ele só tem que regular, quem faz a lei é o governo. Está acontecendo com a Anvisa agora. As pessoas não querem fazer aquilo que o Estado precisa que seja feito. Muitas vezes é a decisão de grupos com interesses econômicos.”