Saiba mais sobre o ponto de vista da profissional e o que diz a justiça sobre o tema!
Miranda Galbreath, uma terapeuta sexual licenciada e conselheira profissional, que trabalha com criminosos sexuais no Departamento de Correções da Pensilvânia, nos Estados Unidos, fez uma publicação polêmica na rede social e tem recebido uma chuva de críticas.
Em um vídeo do YouTube intitulado “Vamos falar sobre pessoas atraídas por menores”, ela pontuou que essas pessoas são, provavelmente, “a população mais vilipendiada de nossa cultura”.
Na publicação, na qual muitos internautas afirmam que ela está defendendo esse grupo de pessoas, Galbreath diz que “o termo pedófilo deixou de ser um rótulo de diagnóstico para ser um insulto crítico e doloroso que lançamos contra as pessoas para prejudicá-las ou caluniá-las”.
Segundo ela, o termo não é a melhor maneira de se referir a esse grupo de pessoas, já que a atração por menores “[…] significa simplesmente que a pessoa tem uma atração sexual ou romântica duradoura por menores. Eles não escolheram essa atração, assim como o resto de nós não escolheu qualquer que seja a nossa atração”.
“Você não pode escolher ser heterossexual ou gay ou o que quer que seja, e você não pode escolher ser uma pessoa atraída por menores”, acrescentou a profissional, dizendo que ela acredita que o ideal é reconhecermos que qualquer rótulo que colocamos nas pessoas é apenas uma parte de quem ela é, não toda a sua totalidade.
Em seu vídeo, Galbreath afirmou: “Muitas pessoas atraídas por menores nunca agem em favor de sua atração” e que as suposições geram danos a uma “população já marginalizada”.
Em seu site, Galbreath diz que tem 20 anos de experiência trabalhando no setor de saúde mental e também fala sobre o seu trabalho para o estado da Pensilvânia, que inclui “[…] serviços de avaliação e tratamento na comunidade e nas prisões estaduais para pessoas que cometeram crimes sexuais”.
O que diz a justiça
De acordo com um artigo publicado pelo jus.com.br, focado na divulgação de artigos sobre direito e na publicação de documentos jurídicos, ao contrário do que muita gente acredita, a pedofilia é uma parafilia, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença responsável por desenvolver desejos sexuais por menores pré-púberes.
O crime relativo à pedofilia existe quando o abuso a um menor acontece, mas caso não haja abuso, uma pessoa não pode ser considerada culpada apenas por possuir a doença, e não existe nenhuma previsão legal sobre isso. Nem todo pedófilo é considerado um criminoso.
Essa questão é polêmica, pois algumas pessoas defendem que os pedófilos não possuem consciência de seus atos, enquanto outras acreditam que eles são conscientes daquilo que fazem.
É preciso bastante cautela ao analisar casos como esse, uma vez que algumas pessoas que sentem atração por menores podem se aproveitam da sua condição para minimizar suas penas.
O artigo também pontua que, apesar da existência ou não de culpabilidade, o encarceramento sozinho não é considerado uma medida eficaz para essas pessoas, porque não promoverá nenhuma mudança em sua patologia, o que pode fazer com que voltem a cometer tais atos.
No texto, é defendido que essas pessoas precisam de um tratamento clínico especial, capaz de auxiliar no controle dos seus desejos sexuais socialmente inaceitáveis para que possam retomar o convívio em sociedade.
No final do artigo, é pontuado que “entender melhor o perfil pedofílico não só desmistifica alguns tabus como possibilita uma visão mais clara acerca desse tema mundialmente vigente, a qual será crucial na busca por tratamentos cada vez mais eficazes”.
Se você presenciar um episódio de violência contra crianças ou adolescentes, denuncie o quanto antes através do número 100, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.
O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, mulheres, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.
Também é possível denunciar casos de maus-tratos e negligência a crianças e adolescentes nos Conselhos Tutelares, Polícias Civil e Militar e ao Ministério Público, bem como através dos números Disque 181, estadual; e Disque 156, municipal.