A Polícia Civil do Espírito Santo concluiu as investigações sobre a morte a tiros de um menino de 7 anos em Cariacica, no dia 14 de abril, e apontou o pai dele como o responsável em vez do vizinho da família.
Segundo a corporação, o caso foi elucidado em maio pela Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) no município, mas sua divulgação foi realizada apenas nesta sexta-feira.
O pai de Ricardo Coelho Rodrigues foi indiciado por homicídio culposo “em razão da omissão da cautela de arma de fogo”, conforme disse o delegado Eduardo Khaddour em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira.
De acordo com Khaddour, foi a falta de cuidado que levou seu outro filho, um menino de 11 anos, a se apoderar do revólver e dispará-lo. O pai foi acusado ainda de fraude processual por ter alterado a cena do crime para “se eximir da responsabilização”. Agora ele é réu do processo ao qual responde em liberdade, acrescentou Khaddour.
“No curso das investigações, ficou constatado que o vizinho da criança não teve nenhuma participação no crime, ficando demonstrado que foi apontado como autor pelo genitor da vítima com o único propósito de se eximir da responsabilidade criminal”, afirma a polícia em comunicado.
O vizinho que inicialmente foi acusado pelo pai de Ricardo como o autor dos disparos teve a casa depredada por moradores revoltados com a morte do menino. Além disso, à época dos fatos, o pai de Ricardo chegou a passar mal quando soube que o filho tinha morrido. A criança tinha sido socorrida a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Ricardo foi atingido por três tiros enquanto estava na varanda de casa. A família disse num primeiro momento que o vizinho teria atirado na criança, mas não foram encontrados quaisquer indícios que corroborassem esta versão.
Se você presenciar um episódio de violência contra crianças ou adolescentes, denuncie o quanto antes através do número 100, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.
O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, mulheres, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.
Também é possível denunciar casos de maus-tratos e negligência a crianças e adolescentes nos Conselhos Tutelares, Polícias Civil e Militar e ao Ministério Público, bem como através dos números Disque 181, estadual; e Disque 156, municipal.