O corpo de um dos quatro jovens que desapareceram após serem rendidos em um carro de aplicativo em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, foi identificado pelo Instituto Médico-Legal (IML) da cidade. Matheus Costa da Silva, de 21 anos, foi reconhecido pela mãe por causa de uma tatuagem. Identidade também foi confirmada pela impressão digital.
Inicialmente, por volta das 12h, a polícia foi chamada com a informação de mais dois corpos tinham sido localizados no Rio Capenga, e aguardava a chegada do Corpo de Bombeiros para retirá-los do local.
No entanto, por volta das 15h55, foi confirmada a retirada de apenas um corpo, que foi encaminhado ao IML de Nova Iguaçu.
Os agentes foram recebidos a tiros no local, que é apontado como um ponto de desova de cadáveres da milícia. O corpo de Matheus foi encontrado mais cedo no mesmo rio.
![Corpo de jovem rendido em carro de aplicativo no RJ é localizado em rio](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/08/Screenshot_252.jpg)
“Matheus era uma criança grande. Era brincalhão, era animado, era amigo de todos. Todo mundo gostava dele, todo mundo. Para quem perguntar, o Matheus é um menino muito bom. Ele era pintor. Ele tinha um sonho, o sonho dele era ter um estúdio gráfico. Ele gostava de fazer as montagens dele, fazer as coisinhas dele. Mas infelizmente tiraram isso”, lamentou a mãe, Ana Maria da Costa.
Matheus Costa da Silva, de 21 anos; Douglas de Paula Pamplona, de 22; Adriel Andrade Bastos, de 24, e Jhonatan Alef Gomes, de 28, estão desaparecidos desde o dia 12 de agosto, depois de embarcarem em um carro de aplicativo para um shopping.
“Estão falando que ele estava envolvido com tráfico, com cartão clonado. E eu sei que não é. Acho que eles teriam que apurar mais para poder falar alguma coisa. Porque isso destrói mais ainda a família e a reputação deles. O que estão falando deles, a gente não aceita. Nem eu nem as outras famílias. A gente não aceita”, disse Ana.
O grupo passava pelo bairro Valverde quando o veículo foi cercado por homens, fortemente armados e encapuzados. O motorista do veículo já foi ouvido e disse que os quatro foram levados e amarrados.
De acordo com as investigações, os milicianos Delson Lima Neto, o Delsinho — irmão do miliciano Danilo Dias Lima, o Tandera —, e Renato Alves de Santana, o Fofo, teriam sido responsáveis pela execução dos rapazes. Os dois foram mortos no sábado (20), com outros dois homens que também fariam parte da milícia, durante uma troca de tiros com policiais.
Os agentes trabalham com algumas linhas de investigação para a motivação do crime. Uma delas é que o grupo estaria usando e vendendo drogas na área de atuação dos milicianos.
Outra possibilidade investigada é que um deles teria feito uma compra de um parente do Delsinho, mas o pagamento foi efetuado com um cartão clonado.