De tão emocionado, Renato Teixeira sequer conseguiu encarar a filha após a cantoria de Maria Bruaca (Isabel Teixeira) na chalana de Eugênio (Almir Sater) em Pantanal.
A cena deixou o cantor veterano completamente paralisado. Ainda mais porque o elenco optou por Meu Primeiro Amor, gravada pela dupla Cascatinha & Inhan, uma sugestão da própria intérprete. A artista da novela das nove da Globo sabe que a canção é uma das favoritas do pai.
“Meu pai não conseguiu falar comigo durante uns dois dias. É o jeito de ele dizer que ficou muito emocionado, conheço. É ficar um pouco quieto para conseguir falar depois. Então, quando ficou na dele por um dia, eu já falei: ‘Ih, pegou nele'”, contou a filha do músico em entrevista.
Já o irmão da artista, Chico Teixeira, demonstrou a empolgação sem pestanejar. “Ele já é todo esparramado, fala na hora, diz: ‘Estou chorando, que coisa linda’. E é louco, porque é uma família de cantores e eu não sou cantora. Sou uma atriz que canta. É a Maria Bruaca que canta”, completou a artista.
Aliás, o pai e o irmão da atriz fizeram participações no remake. Ambos viveram o peão Quim nas duas fases da trama. A novela, inclusive, aproximou ainda mais o trio. O projeto é o primeiro que uniu a família de uma vez, e não faltava assunto para discutir sobre isso nos almoços de família.
Embora Isabel tenha escolhido uma das músicas que o pai mais gosta de tocar, foi Almir Sater que propôs a cantoria. Ele sugeriu a cena a Bruno Luperi, autor do remake, que comprou a ideia na hora. Depois, a intérprete e o cantor se uniram a Rafael Luperi, um dos produtores musicais da novela, para escolher as músicas – inclusive a breve menção a Tocando em Frente, música composta por Almir Sater e Renato Teixeira.
![Após cena de Bruaca em Pantanal, pai de atriz passou dias sem falar com a filha](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/08/Screenshot_446.jpg)
“Na segunda viagem que fizemos ao Pantanal [para as gravações], passei um dia inteiro na casa do Almir, ensaiamos umas oito horas”, recordou ela, sorridente. Seja pela relação com a família seja pela visibilidade estrondosa, o papel é o grande destaque de sua carreira. Mas a atriz não quer parar por aí.
“Não acredito que eu ‘tenha chegado’. Isso eu escuto às vezes: ‘agora você alcançou’. Não alcancei nada, não é meu objetivo chegar a lugar algum. Meu objetivo é estar sempre no percurso”, pontuou ela.
Sem arrependimentos
A atriz tampouco lamenta ter “demorado” a trabalhar na TV. Até porque não era algo que ela planejava minuciosamente. Simplesmente aconteceu. “É o caminho. Fiz uma peça depois da outra, nunca pude parar de trabalhar. Sou um pouco multifocada, faço várias coisas ao mesmo tempo e aceitei isso de uns tempos pra cá. Não me recriminando, falando que não tenho foco. Posso ser mãe, escritora, dar aulas, sair e voltar. E uma coisa foi levando a outra”, explicou ela.
Isso não significa que a novela das nove tenha passado em branco para a atriz. Segundo ela, cada trabalho que faz lhe transforma de alguma maneira. Mas ela confessa que não sabe o que fazer após o término de Pantanal. Por isso, aderiu à máxima de Zeca Pagodinho: “Deixa a vida me levar.”
A única certeza é que não se deixará levar pelo sucesso. Isabel, afinal, credita o fenômeno Bruaca muito mais à personagem que a sua atuação. E mais: segundo a atriz, a mãe de Guta (Julia Dalavia) é um construção coletiva. Angela Leal, intérprete da dona de casa na versão de 1990, é preponderante no estouro da personagem.
“Coloquei fixo no meu Instagram a foto de nós duas como um pequeno manifesto, demonstração de afeto e respeito. Porque como estou tendo um aumento exponencial de seguidores, imagino que quando a gente se interessa por alguma pessoa nós olhamos os primeiros posts. Então quis deixar nós duas ali enquanto a novela estiver no ar para as pessoas verem que somos eu e ela”, a atriz mais nova.