O cineasta Fernando Grostein Andrade, irmão do apresentador Luciano Huck, revelou ter sido vítima de estupro duas vezes.
Em depoimento à revista Piauí nesta quarta-feira (31/8), o cineasta detalhou os casos de violência sexual que precisou enfrentar.
Ele contou que a primeira agressão aconteceu durante uma festa em uma boate, quando ele tinha 14 anos de idade. De acordo com o relato, tudo aconteceu após uma reportagem sobre o seu amor por flores.
“Foi uma matéria linda sobre um menino que cultivava plantas para escapar da dor do luto. Fiquei feliz e orgulhoso, mas houve um efeito colateral: a reportagem virou a minha vida de ponta-cabeça. Passei a ser chamado de ‘florzinha’ na escola. A minha voz e meu jeito de andar foram alvos de piada”, contou.
Então, na festa, “homens me seguraram à força e penetraram meu ânus com o dedo”.
“Desde então, passei a anular o meu modo de ser: empostava a voz, para fazê-la mais grossa, e me reprimia na hora de caminhar, para parecer mais masculino”, acrescentou.
A segunda violação aconteceu aos 28 anos. “Porém, sobre este episódio não consigo falar ainda”, explicou.
Ele também contou ter sofrido assédio sexual, ao ser forçado por amigos a transar com uma mulher para perder a virgindade, e que foi sequestrado por um garoto de programa quando ainda não falava publicamente sobre a sua sexualidade.
“A homofobia pode ser tão cruel que é capaz de tirar o direito de a pessoa ter sua primeira relação sexual de maneira privada, com quem deseja e escolheu de verdade. Aos 18 anos, sofri assédio sexual. Aos 20, vivendo sempre às escondidas e com medo, fui sequestrado por um garoto de programa”, revelou.
O diretor dos filmes “Coração Vagabundo” (2008), “Quebrando o Tabu” (2011) e “Abe” (2019), que foi conhecido como o “irmão gato” de Luciano Huck, é casado com o ator Fernando Siqueira.
Se você presenciar um episódio de violência contra crianças ou adolescentes, denuncie o quanto antes através do número 100, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.
O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, mulheres, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.
Também é possível denunciar casos de maus-tratos e negligência a crianças e adolescentes nos Conselhos Tutelares, Polícias Civil e Militar e ao Ministério Público, bem como através dos números Disque 181, estadual; e Disque 156, municipal.