O chá revelação aconteceu em uma propriedade privada. O dono da festa disse que não foi usado produto químico para que água da cachoeira ficasse azul.
Um casal tingiu a água de uma cachoeira para descobrir o sexo do bebê durante o chá revelação de seu futuro filho e acabaram comentando crime ambiental. Além disso, o caso gerou revolta nas redes sociais, nesta segunda-feira, 26.
No vídeo que viralizou na web é possivel ver a queda d’água com tom artificial de azul. O caso aconteceu em uma propriedade privada cortada pelo Rio Queima Pé, em Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, no Mato Grosso, neste domingo, 25.
Um dos responsáveis pelo chá revelação, Anderson Reis, informou ao G1, que nenhum produto químico foi usado, mas que só se manifestaria sobre a situação depois que a Sema fiscalizasse a cachoeira.
A Secretária de Meio Ambiente do Mato Grosso (Sema-MT) informou que vai investigar o caso. “A Sema-MT irá notificar os proprietários da área para que eles informem quem foram os responsáveis e irá apurar se houve dano ambiental, dependendo do material lançado na água. Uma equipe composta por dois servidores da Sema-MT e quatro servidores da Secretaria do Município de Tangará da Serra estão no local e adjacências apurando a denúncia”, afirmou a pasta, em nota.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Tangará da Serra também se manifestou. “As equipes de Fiscalização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente em conjunto com a fiscalização da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) estiveram no local da ação e estão processando todas as informações que foram coletadas, tanto com as partes envolvidas quanto dos dados ambientais”.
O chá revelação foi duramente criticado nas redes sociais. “Tantas maneiras de fazer um chá revelação e conseguiram escolher justo uma com impacto ambiental”, escreveu um internauta no Twitter.
“Parabéns…vocês serão pais de um lindo crime ambiental”, comentou a engenheira ambiental Vanessa Costa.
O vídeo repercutiu muito negativamente na web e o nome do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, chegou a ser indicado pelos internautas como um possível nome para o bebê. Em junho deste ano, ele foi exonerado após investigações sobre um esquema de crimes ambientais.
“Mais tarde descobriu-se que o bebê era o Ricardo Salles”, brincou um perfil no Twitter.
Atualização
Às 16h50, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) divulgou nota informando que, durante vistoria, “Não foi constatada alteração visual nos parâmetros físicos da água, como cor e odor, e não houve mortandade de ictiofauna. A análise laboratorial da água realizada no mesmo dia não apresentou alteração na qualidade da água.”
“O proprietário da área informou que cedeu o uso do local para um evento. Um dos responsáveis pelo evento compareceu na sede da Sema-MT de Tangará da Serra para prestar esclarecimentos, acompanhado de sua advogada, e afirmou não ter conhecimento que seria lançado algum produto para colorir a água, atribuindo a familiares a responsabilidade.
O responsável apontado já foi identificado e irá comparecer na sede do órgão ambiental para a devida autuação ambiental.
A Sema-MT aponta que houve uma conduta em desacordo com a legislação. O decreto federal nº 6.514/2008 define como passível de infração ambiental “lançar resíduos sólidos, líquidos ou gasosos ou detritos, óleos ou substâncias oleosas em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou atos normativos”.