A filha teria chegado à sua residência após o culto da igreja acompanhada de seus amigos, para continuar com o louvor. Por pouco o caso não termina em tragedia.
Aconteceu no bairro Pinheirinho, em Curitiba: a filha de uma idosa de 76 anos teria voltado do culto de sua igreja, que não foi divulgada, e seguia a caminho de sua casa. A jovem pretendia continuar com os louvores e teria levado os amigos da igreja também para a residência onde a família mora.
Ao chegar em casa, sem saber que a casa tinha visitas inesperadas e sem sua autorização, a idosa teria negado que as orações continuassem em sua residência, que ficava na Rua Monte Sião. A idosa, transtornada com a situação, teria empunhado um machado e teria ameaçado os amigos e a própria filha, na tentativa de expulsar todas as pessoas da casa.
No meio da confusão, a idosa teria caído e se machucado. O Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (SIATE), do Corpo de Bombeiros do Paraná foi acionado para socorrer a idosa, quem teria se ferido ao cair.
Conforme informou o cabo Ivankio, do Corpo de Bombeiros, ao portal Banda B, os bombeiros não teriam entendido o que tinha acontecido no local, somente teriam atestado que havia muita confusão entre os envolvidos: amigos da filha, a própria filha e a idosa.
As autoridades também não conseguiram identificar quem teria começado a briga: se foi a filha quem teria agredido a mãe, já idosa, ou a mãe, quem teria agredido a própria filha, durante o momento de raiva. “O que sabemos é que mãe e filha entraram em vias de fato e a mãe machucou o joelho”, disse o cabo Ivankio ao Portal Banda B.
O socorrista também afirmou ter sentido hálito etílico tanto na mãe quanto na filha da idosa. Provavelmente ambas teriam consumido bebida alcoólica. Não se sabe ao certo quanto consumiram, mas os bombeiros ofereceram levar a idosa ao hospital, após realizarem os primeiros atendimentos médicos no local da confusão. “Ela preferiu não ir”, disse o bombeiro.
A idosa não quis levantar queixa, mesmo a Guarda Municipal (GM) tendo sido acionada para ir ao local. Os policiais teriam somente aconselhado à mãe e à filha a resolverem suas pendências, uma vez os efeitos produzidos pelo álcool cessarem.
Alcoolismo cresceu durante a pandemia
Estudo realizado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) afirma que entre os 30 e 39 anos, um número elevado de entrevistados afirmaram estar consumindo doses excessivas de bebidas alcoólicas com uma maior frequência.
Outro estudo realizado por investigadores em Psicologia, em 2018, afirma que a intoxicação por álcool tem implicado no aumento de crimes violentos. O artigo, que foi publicado na revista científica Cognitive, Affective & Behavioral Neuroscience, afirma que bebidas alcoólicas afetariam o córtex pré-frontal, que é uma parte do cérebro humano responsável pela moderação comportamental. O álcool agiria reduzindo os filtros sociais, encorajando as pessoas a serem mais agressivos que o habitual. A situação também foi estudada entre homens casados e com filhos. Para os pesquisadores, as brigas aumentaram e as tendências de agressão aos filhos, também.
Entrevistada pelo portal UOL, a médica psiquiatra Mayra Barros, que é uma das diretoras da Sociedade Pernambucana de Psiquiatria, afirmou que “a história mostra que o abuso de drogas tende a crescer substancialmente após catástrofes globais”. Isso responderia o aumento do abuso de bebidas alcoólicas hoje em dia.
Dados fornecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e compilados pelo portal G1, afirmam que o álcool mata, todos os anos, cerca de 3,3 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, o consumo por pessoa é de 8,6 litros, conforme dados recolhidos pela OMS em 2016, o que superaria a média internacional, que à época era de 6,4 litros por pessoa.
Entrevistado pelo G1, o psiquiatra e coordenador do Centro de Referência em Drogas, Frederico Garcia, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica o que acontece com o cérebro quando o álcool entra no organismo: “Existe uma liberação de dopamina, substância que dá a sensação prazer. Com o tempo, o cérebro passa a associar os bons momentos com a bebida. Aí o sujeito entende que só terá prazer ao consumir bebidas alcoólicas”.
Há também outra consequência, esta seria a mais grave: o álcool é convertido no fígado e formaria uma substância tóxica, que seria a principal responsável pela cirrose. Para Garcia, o maior problema de combate ao alcoolismo é que as bebidas alcoólicas são “socialmente aceitáveis” e isso dificulta o entendimento dos dependentes para a busca de ajuda.
*Nota: As informações e sugestões contidas neste artigo têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.