Aluno cearense, que era vítima de bullying, entrou em sala de aula e disparou contra colegas. Uma das três vítimas está em estado grave.
Um aluno da Escola Estadual Carmosina Ferreira Gomes, que fica na cidade de Sobral, no interior do Ceará, disparou contra todos os colegas que estavam na escola. O adolescente, de 15 anos, que realizou os disparos foi apreendido e alegou como justificativa para o caso a prática constante de bullying cometida pelos seus colegas na unidade de ensino. A arma usada pelo adolescente pertencia a um Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) e estava devidamente legalizada.
O incidente aconteceu próximo às 10 horas da manhã, no dia 5 de outubro (2022), no colégio situado no bairro Sumaré, na cidade do interior cearense. O estudante teria ingressado à escola abrindo fogo contra os demais alunos no local.
As Polícias Militar e Civil foram diretamente acionadas, conjuntamente com uma equipe de perícia forense, para colher evidências do caso. Após atirar, o adolescente teria fugido e se escondido em sua casa, lugar onde foi apreendido. A captura do autor dos disparos teria sido feita pelo Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas da PM do Ceará (CPRaio). O adolescente de 15 anos foi conduzido para a Delegacia de Homicídios da cidade de Sobral, segundo o apurado pelo UOL.
Durante depoimento, o adolescente teria confirmado que era vítima de bullying na escola por parte dos colegas. Na manhã do dia 5 de outubro, cansado das agressões, o menor, após um desentendimento com um colega, já teria premeditado o ato e decidiu disparar contra os presentes na escola. As identidades dos responsáveis pelo menor não foram divulgadas.
![Aluno do ensino médio dispara contra 3 colegas em escola do Ceará com arma de CAC](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/10/Screenshot_392.jpg)
A governadora do Ceará, Izolda Cela, ao saber da trágica notícia, manifestou profunda tristeza e preocupação com o ocorrido em suas redes sociais: “Determinei resposta rápida das nossas forças de segurança, inclusive sobre a origem da arma utilizada no crime”, disse a mandatária cearense sobre o atentado.
O aluno conseguiu acertar três vítimas, que foram socorridas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Uma delas se encontra em estado grave, por ter sido alvejado na cabeça. O segundo foi encaminhado para a realização de uma tomografia e liberado em seguida pela equipe médica. Em nota, a Santa Casa de Sobral também informou que a terceira vítima passou por avaliação médica para examinar o ferimento na perna.
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Casos de violência em escolas têm aumentado: duas ocorrências foram na Bahia
De acordo com o informado pelo jornal Correio Braziliense, mais dois casos de violência ocorreram no último mês de setembro. Um desses casos foi registrado na Bahia, quando um adolescente de 14 anos usou a arma do pai e matou uma aluna cadeirante em Barreiras, no oeste baiano. O pai do menor é policial militar. Já a vítima, Geane da Silva Brito, de 19 anos, era portadora de paralisia cerebral.
No dia 27 de setembro, na cidade de Morro do Chapéu, região da Chapada Diamantina, um adolescente de 13 anos ateou fogo na escola onde estudava e terminou ferindo a coordenadora com o uso de uma faca. O menor também foi apreendido pela Polícia Militar.
No ano passado (2021), a cidade de Saudades, no interior de Santa Catarina, foi cenário também de outro ataque contra escolares. Um rapaz de 18 anos invadiu uma creche de manhã, em 4 de maio, e matou duas funcionárias da unidade, sendo uma delas agente educacional e a outra a professora da unidade, mais três bebês menores de 2 anos com um facão.
Conforme informações dadas ao G1, o autor do ataque tentou entrar nas demais dependências da creche, mas foi impedido pelas outras educadoras que conseguiram se trancar e evitar uma tragédia maior. 20 crianças estavam no centro educacional.
Desse crime, somente um menino, que à época tinha 1 ano e 8 meses, conseguiu sobreviver aos golpes de facão.
Uma das professoras sobreviventes ao ataque não quis dar entrevistas, alegando ter orientação da psicóloga que a acompanha desde a época da tragédia.
Se você presenciar um episódio de violência contra crianças ou adolescentes, denuncie o quanto antes através do número 100, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.
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O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, mulheres, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.
Também é possível denunciar casos de maus-tratos e negligência a crianças e adolescentes nos Conselhos Tutelares, Polícias Civil e Militar e ao Ministério Público, bem como através dos números Disque 181, estadual; e Disque 156, municipal.