Usuários do Twitter questionaram a presença de Michelle Bolsonaro, que é evangélica, em cerimônia de casamento da deputada federal eleita, Carla Zambelli, em 2020.
Após a imagem do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), em cerimônia maçônica viralizar, internautas repercutiram também a aparição da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que é evangélica, durante a cerimônia de casamento da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) com o coronel Aguinaldo de Oliveira, que é diretor da Força Nacional de Segurança.
O casamento de Carla Zambelli aconteceu em 2020, em Brasília e em um templo maçônico, que reuniu, além do presidente Jair Bolsonaro e sua esposa, Michelle Bolsonaro, outros integrantes e aliados de seu governo, como o ex-juiz Sergio Moro, agora eleito senador (União-PR).
O objetivo do compartilhamento massivo das imagens de Michelle e Jair Bolsonaro é vincular o presidente e a primeira-dama a uma prática que é condenada pela Igreja Católica e também é associada ao satanismo por setores evangélicos, que são a maior parte dos apoiadores do mandatário atualmente.
Na cerimônia de casamento de Carla Zambelli com Aguinaldo de Oliveira, também estiveram presentes o então ministro da Educação, Abraham Weintraub, como a atriz e ex-secretária especial da Cultura, Regina Duarte.
No vídeo divulgado, Michelle está ao fundo enquanto observa os votos de casamento realizados entre a deputada Carla Zambelli e o coronel. Também é possível ver a proximidade do ex-juiz Sergio Moro e sua esposa Rosângela Moro, quem também foi eleita deputada federal por São Paulo, também pelo mesmo partido que seu marido, o União Brasil.
À época, também repercutiu a piada que o então ministro da Justiça, agora eleito senador, Sergio Moro, fez. “Eu não sabia se podia falar, porque tudo é segredo”, disse Moro arrancando risadas dos presentes e dos noivos. À deputada, Moro também fez elogios pela “coragem de se manifestar pelo país”, em referência aos trabalhos de Carla Zambelli como deputada federal.
Segundo o apurado pelo UOL, Michelle Bolsonaro, chegou sozinha ao templo maçônico, depois que todos os presentes e sentou-se na primeira fileira, como uma das convidadas de honra do casal.
Polêmica sobre maçonaria
Com origem no mundo medieval, a maçonaria é uma organização fraternal e discreta, que está presente em vários países, desde o final do século XIII, segundo dados da Wikipédia.
A maçonaria tem como princípios ajudar os homens a reforçarem o caráter, aumentar os horizontes culturais e ampliar o conhecimento moral e espiritual, além de ser pilar fundamental a crença em Deus. O membro deve ser convidado por outro maçom para que seja iniciado na maçonaria.
Segundo o historiador entrevistado pelo site Café História, Sérgio Coutinho, quem é docente do Curso de História das Faculdades Integradas – União Pioneira de Integração Social (UPIS) em Brasília, para a Igreja Católica, a maçonaria seria culpada por inumeráveis delitos, violência e seria parte de “uma conjuração mundial, unitária, dirigida por um ou dois chefes que teriam partidários em todo o mundo, decididos em destruir o poder da Igreja”, explicou.
Contudo, ainda para o docente entrevistado, a questão é mais complexa, passando pela excomunhão de seus membros ligados à maçonaria, como as acusações dos papas aos maçons, por rejeitarem a ordem social cristã e o próprio Cristianismo. “A maçonaria defendia a escola laica, em oposição às escolas católicas. Eram favoráveis ao casamento civil e divórcio, o que significaria o fim da família cristã”, disse Sérgio Coutinho.
Em um artigo publicado no site do Padre Reginaldo Manzotti, existe uma explicação sobre o parecer negativo da Igreja Católica a respeito das associações maçônicas. Conforme os dados fornecidos no site, a publicação datada em 26 de novembro de 1983, reafirmou o parecer negativo de associação da Igreja às associações maçônicas e os fiéis pertencentes à maçonaria se encontravam em “estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão”.