Imagens nas redes sociais mostram a suspeita sendo chamada por populares de “assassina” ao ser levada para a delegacia.
Em São Vicente, litoral de São Paulo, uma mulher, que não teve a identidade divulgada, é suspeita de ter quebrado oito costelas e um braço do próprio filho, de quatro anos de idade.
Nas redes sociais circula o vídeo mostrando a agressão brutal que o menino sofreu. A criança foi agredida pela mãe e pelo seu padrasto. Durante a gravação, a mãe surra a criança dizendo que ele “não ia bagunçar” em sua casa.
A suspeita foi encontrada em Itanhaém, distante a 50km de São Vicente, onde estava escondida em um barco abandonado. Conforme o apurado pelo G1, no Boletim de Ocorrência registrado pela Polícia Civil de SP, a mulher teria dito que já sabia que estava sendo buscada e teria se entregado voluntariamente aos agentes policiais. A mulher foi encaminhada à Cadeia Pública Feminina de São Vicente, onde aguarda a devida constituição de defesa.
Os policiais que encontraram a mãe do menino ficaram preocupados com a integridade física da suspeita, dada as proporções do caso, os populares estariam alterados e poderiam agredir a mulher. Um dos agentes precisou enquadrar as pessoas que estavam no local e passaram a agredir a mãe da criança, que também para a segurança da suspeita, foi levada para uma cela isolada.
O padrasto foi encontrado morto e com várias marcas de tiro no corpo. A Polícia trabalha com a linha de investigação de que ele foi encontrado por criminosos que tomaram vingança pela criança ferida. Segundo o comunicado pela Polícia Civil ao G1, as marcas de tiro estão alojadas na região do tórax, no olho direito e nas mãos. O corpo do homem, que foi identificado como Jean, foi encontrado na rodovia Padre Manoel da Nóbrega, que estabelece ligação entre a cidade de Cubatão, São Vicente, Praia Grande, Itanhaém, Peruíbe e Mongaguá, todas situadas na Baixada Santista.
Relembre o caso
A guarda da criança era compartilhada entre mãe e pai, ambos divorciados. O pai teria perdido sua atual esposa para o câncer e sua ex-mulher, a mãe do menino, teria oferecido ajuda para cuidar das crianças. O homem teria mais dois filhos com a falecida.
Segundo o G1, no dia 28 de setembro, o menino teria sido agredido pela mãe e pelo padrasto, resultando na fratura de oito costelas e um braço. Após a sessão de tortura, o companheiro da suspeita teria levado o menino “enrolado em um lençol” para a casa de sua família. Para a mãe do padrasto, o homem teria dito que a criança “estava muito mal”, segundo o apurado pela conselheira tutelar Valdelice Alves, em entrevista ao G1.
![Suspeita de fraturar as costelas do filho é atacada no litoral de SP a caminho da delegacia. Assista!](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/10/Screenshot_395-1.jpg)
Já no hospital, o menino teria relatado o ocorrido às enfermeiras, que acionaram imediatamente o Conselho Tutelar de São Vicente. A criança chegou ao hospital com quadro de hipotermia e foi necessário fazer a reanimação do menor. A informação repassada era de uma criança que teria sido espancada e estava gravemente ferida. Ao chegar no hospital, Alves teria solicitado a presença da polícia, por se tratar de um caso de agressão física infantil.
![Suspeita de fraturar as costelas do filho é atacada no litoral de SP a caminho da delegacia. Assista!](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2022/10/Screenshot_394-1.jpg)
O vídeo feito pela mãe do menino mostra ela falando com ele após as agressões. Ele está sem roupas, encostado na parede e machucado. A mulher diz: “Tá rangindo tu? Tu tá rangindo e tá virando a cabeça? Dentro da minha casa você não vai fazer bagunça. Você não vai fazer bagunça (sic)“.
O pai do menino chegou ao hospital de madrugada, ao saber da situação do filho. Quando ele teria ido buscar a criança com a mãe, a suspeita se recusava em atende-lo. Nenhum dos dois genitores teria a guarda definitiva. “Foi um acordo de boca”, explicou a conselheira tutelar Valdelice Alves.
O caso será investigado pelo Ministério Público.
Se você presenciar um episódio de violência contra crianças ou adolescentes, denuncie o quanto antes através do número 100, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.
O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, mulheres, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.
Também é possível denunciar casos de maus-tratos e negligência a crianças e adolescentes nos Conselhos Tutelares, Polícias Civil e Militar e ao Ministério Público, bem como através dos números Disque 181, estadual; e Disque 156, municipal.