Ação da Caixa, “Você no Azul 2022” envolverá também a empresas e pelo menos 80% dos clientes poderão renegociar dívidas.
A Caixa lançou na última quinta-feira (6/10), a Campanha “Você no Azul 2022”, que promove a renegociação de dívidas de pessoas físicas e jurídicas. Os descontos podem chegar até 90% dos juros, dependendo da situação individual de cada contrato.
“Você no Azul 2022” envolve contratos de pelo menos 4 milhões de clientes pessoas físicas e de mais de 390 mil pessoas jurídicas. O desconto de 90% será para os inadimplentes que pagarem suas dívidas à vista. Já para as empresas, o foco é para micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais.
Todas as negociações poderão ser feitas também pelos canais digitais da Caixa. Segundo Daniella Marques, presidente da Caixa, disse em entrevista ao Renda Extra, do R7, “70% das propostas podem ser feitas pelo site, aplicativo Cartões Caixa e WhatsApp Caixa”.
O presidente Jair Bolsonaro disse, durante encontro com políticos nessa mesma quinta-feira (06/10), que o “Você no Azul 2022” é um programa que “vai mexer com 4 milhões de pessoas que tem dívida na Caixa e 400 mil empresas na mesma situação”. O programa foi lançado pelo presidente em 2019, em seu primeiro ano da gestão presidencial. Neste ano, 2022, o programa passou por novas atualizações, o que beneficiará um maior número de pessoas inadimplentes.
Veja abaixo como você pode ter maiores informações
Os clientes da Caixa que estiverem inadimplentes podem solicitar maiores informações pelo WhatsApp da Caixa (0800 104 0 104); pelos telefones 4004 0 104 (para as capitais) ou 0800 104 0104 (demais localidades); nas Lotéricas Caixa e no Caminhão “Você no Azul”, que estará presente em várias cidades do país auxiliando os interessados com atendimento presencial.
Segundo a presidente da Caixa em entrevista ao portal R7, Daniella Marques, os contratos serão retirados dos cadastros restritivos de crédito em até cinco dias, após o pagamento do primeiro boleto.
Número de inadimplentes atinge recorde da série histórica
Desde o início da série histórica, feita pela Serasa em 2016, o Brasil tem atualmente 66,6 milhões de pessoas que estão com seus nomes negativados por dívidas.
Segundo a Serasa, a maioria das dívidas é em relação a bancos e cartões, o que representaria um aumento de aproximadamente 28% do total. Entrevistado pela CNN, o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, não se mostra surpreendido com o resultado do levantamento.
Para o economista, o cenário já era o esperado devido a que a situação econômica do país é de “muita instabilidade”. A taxa de juros, a inflação e os níveis de desemprego continuam em alta. Luiz Rabi acredita que os saques liberados do FGTS podem ajudar a quem estiver inadimplente a limpar o nome.
Entre os dados levantados também constam a faixa etária que mais cresceu em inadimplência. Em comparação aos dados de maio do ano passado (2021) e os resultados deste ano, os mais jovens, entre 18 e 25 anos, são os que mais tiveram problemas com a inadimplência, seguidos dos números de idosos (60 anos ou mais), que também teve aumento significativo.
Para os economistas responsáveis pela pesquisa, entrevistados pela CNN, esse aumento se deve a que jovens e idosos deixam de pagar suas contas porque são mais “vulneráveis” e sentem mais o “peso da inflação”. Os mais novos sofrem mais porque estão em busca de emprego e ganham pouco no início de suas carreiras. No caso dos mais idosos, despesas com alimentação e médicos têm impacto direto nos gastos mensais.
Apesar dessas duas faixas etárias terem sido as mais empurradas para a inadimplência, o maior número de inadimplentes está entre as pessoas de 26 a 40 anos: atualmente 23,6 milhões de brasileiros estão negativados.