A professora foi denunciada pelos familiares de um dos alunos. Entenda o caso!
Lucas do Rio Verde, cidade a 360 km de Cuiabá, foi sede de um acontecimento lamentável na última terça-feira, 11 de outubro. Segundo informações compartilhadas pelo G1, uma professora da cidade, que leciona na Escola Municipal Vinícius de Moraes, foi afastada do cargo após declarações xenofóbicas.
A família de um dos alunos da escola denunciou a mulher, que não foi identificada, por chamar os nordestinos de “burros” durante a aula. A família do aluno é de Recife (PE). Um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil.
A ofensa aconteceu no último 3 de outubro, um dia após o primeiro turno das eleições, durante uma atividade com alunos do quinto ano, conforme informado pelo pai do aluno, Ademir Santana Pereira, que também é professor.
Ademir contou ao G1 que, após o episódio, o menino chegou chorando na casa da avó. Segundo a criança, a professora teria falado que os nordestinos são todos “burros e filhos da p*** por ter votado no Lula e não no Bolsonaro”.
Nascido em Recife, o menino ficou chateado com a declaração da professora. Após o ocorrido, o pai do aluno foi até a escola e conversou com a diretora, a reunião ainda teria sido registrada em ata.
Depois da conversa de Ademir com a diretora, a professora foi conversar com o aluno, explicando que tudo não passava de um mal-entendido. O homem, no entanto, não gostou da atitude da mulher, opinando que ela deveria ter falado com ele.
A professora atua desde o ano passado na rede de ensino e deverá ficar afastada até que a pasta ouça testemunhas e avalie a conduta da professora, que inclusive pode acabar exonerada do cargo. As informações são da Secretaria Municipal de Educação.
Xenofobia pós eleições
O acontecido na escola do Mato Grosso é um dos muitos que aconteceram em todo o país após o primeiro turno nas eleições. A região Nordeste foi vítima de milhares de ataques xenofóbicos após o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderar a votação nos nove Estados da região.
Grande parte dos ataques preconceituosos, segundo informações do UOL, são de perfis de apoiadores do candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL).
Muitas das postagem fazem associação dos estados nordestinos com a pobreza, e afirmam que, enquanto o Nordeste corresponde à escassez, as demais regiões são as responsáveis por produzir as riquezas do país.
Diversos internautas sugerem que os nordestinos votam no Lula mas não são felizes em seus próprios estados, indo para regiões como Sudeste e Sul para “vender redes”. Essas mesmas pessoas afirmam que os nordestinos não seriam mais bem-vindos após seus votos nas eleições.
“Alguém avisa o presidente da Rússia que o Nordeste também faz parte da Ucrânia“, escreveu uma pessoa. “Nunca mais vamos comprar rede desses nordestino (sic) que vem aqui pro Sul do Brasil. Acabou. Fica (sic) vendendo aí nas suas cidades“, disparou outra pessoa.
Uma das páginas responsáveis por divulgar as ofensas em direção à região nordeste do país é a”Mídia Dourados”, que inclusive será investigada pela Polícia Civil e a Polícia Federal a pedido do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP-MS).
Apoio aos nordestinos
Os ataques xenofóbicos tiveram uma grande repercussão nas redes sociais, e motivou o início de um movimento para rebater o preconceito através de postagens exaltando a região e seu povo hospitaleiro, paisagens paradisíacas, cultura, entre outros.
Gil do Vigor se uniu ao movimento, declarando: “Em termos de política, precisamos colocar a cabeça no lugar, se conscientizar, respeitar o outro (…) O nordestino é capaz, é potente e tem conhecimento, sim.“