O pai de Jean Lucas Paes Leme Jubé, de 9 anos, que lutava para conseguir um tratamento para o menino fora do Brasil, falou após a morte do filho. O garoto, que tinha Linfoma de Burkitt, ficou conhecido após famosos, como Jorge e Mateus e a influenciadora Virginia Fonseca, fazerem campanha para tentar ajudá-lo. O menino estava internado em São Paulo, mas não resistiu.
“A gente ainda tinha aquela esperança de que enquanto tivesse 1% de chance, teríamos 100% de fé, mas ele recebeu a cura espiritual. Hoje ele está no céu”, lamentou o pai.
Jean Lucas morreu na noite de terça-feira (1º), às 23h30, em um hospital de Barretos, em SP. Durante a madrugada desta quarta-feira (2), o corpo do menino foi trazido para Goiânia, onde foi velado, a partir de 10h, e enterrado às 17h30, no Cemitério Vale do Cerrado, na capital.
“Ele já vinha sofrendo complicações, o tumor cresceu, atingiu o rim e o rim parou de funcionar. Com isso, não podíamos mais viajar para fora para tentar o tratamento. Ele foi ficando fraquinho, até que ele “dormiu”, desabafou o pai.
Campanha
Com o avanço da doença do filho, a família foi para as redes sociais e criou uma campanha online chamada “Ainda há tempo, Jean Lucas precisa de nós!”. O objetivo era conseguir R$ 2 milhões para fazer um tratamento chamado de Car-T Cell, que, segundo médicos, não é viável no Brasil.
Na luta contra o tempo, o garoto recebeu apoio de vários famosos, que se sensibilizaram com a história. A empresária e influenciadora Virginia Fonseca fez vários, em setembro deste ano, mobilizando seus seguidores para ajudar o garoto.
A dupla Jorge e Mateus gravou um vídeo pedindo ajuda à família. O ex-jogador de futsal Falcão enviou uma camiseta autografada para Jean. Os cantores sertanejos Zé Felipe, Rodolffo, da dupla com Israel, e Humberto, da dupla com Ronaldo, também entraram na campanha.
Descoberta do câncer
No dia 21 de março deste ano, Jean começou a passar mal, vomitando e com dores no abdômen. Foram a um hospital em Goiânia, onde foi internado. Ele passou por uma série de exames e uma cirurgia de biópsia. Dois dias depois, o diagnóstico de câncer foi confirmado. A doença estava espalhada pelo intestino, baço e bexiga.
A família, no entanto, não tinha, com precisão, que tipo de tumor ele tinha. Eles foram, então, para Barretos, interior de São Paulo, em busca de um hospital de referência para continuar o diagnóstico.
Ele foi internado na unidade no dia 28 de março e passou por uma nova cirurgia para biopsia e retirada de fezes que estavam no intestino e colocação de uma bolsa colostomia. Após essa cirurgia, foi confirmado o tipo do câncer.
“Os médicos falaram que é um câncer que a quantidade de célula dobra a cada 24 horas. Ele ficou internado 56 dias, 30 deles na UTI. Ele começou a fazer a quimioterapia ainda na UTI”, contou o pai.
Desde então, Jean fez cinco sessões de quimioterapia convencional. Como não houve redução do tumor, foram feitas mais duas quimioterapias chamadas de resgate. Na época, Silvio explicou que o câncer do filho parou de crescer momentaneamente, mas não foi destruído.
Ainda segundo o pai, o garoto não podia mais fazer quimioterapia, “porque a toxidade dela começaria a destruir outros órgãos”
Com a gravidade do caso de Jean, médicos sugeriram à família a terapia com células Car-T, considerado um dos tratamentos mais avançados no combate ao câncer. O processo modifica em laboratório as células de defesa do paciente de forma que elas aprendam a eliminar a doença. Depois, são recolocadas no organismo, combatendo naturalmente o tumor.
Esse tipo de tratamento está em fase inicial no país, o que não garantia a rapidez necessária que Jean precisava para que conseguisse se curar. Para tentar fazer o tratamento no exterior, a família chegou a colocar o carro e o apartamento à venda, e a mobilizar campanhas nas redes sociais.