O Facebook precisou cortar gastos e demitiu cerca de 13% de todos os funcionários no início de novembro.
Nesta quarta-feira (09), a Meta, companhia dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou uma demissão em massa que se tornou o maior corte da história das empresas de tecnologia. Segundo a CNBC, esse também é o maior corte realizado pela empresa, entretanto, ainda não há informações sobre o corte em suas operações brasileiras.
As demissões acontecem em um momento delicado para a Meta, já que no final de outubro os resultados do quarto trimestre não foram tão bons. Tal resultado assustou os investidores, deixando que as ações da empresa caíssem em quase 20%. Em uma carta enviada aos funcionários, o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, caracterizou o anúncio como uma das mudanças mais difíceis que fizeram na história da Meta, ao dispensar mais de 11 mil funcionários, dos 87,3 mil que tinham em todo o mundo.
Além disso, eles também estariam tomando as devidas providências para se tornarem uma empresa mais enxuta e eficiente, cortando gastos e congelando as contratações até o primeiro trimestre de 2023. Zuckerberg disse ainda que estaria fazendo reduções em todas as organizações, entretanto, o recrutamento seria afetado desproporcionalmente, já que a empresa pretende contratar menos pessoas no próximo ano.
O empresário também deixou claro que queria assumir a responsabilidade por essas decisões, bem como por ter chegado até este extremo. Mark Zuckerberg disse que sentia muito pelos afetados, e que era um momento triste e sem muitas opções, mas agradeceu a todos pelo o que fizeram pela companhia. Vale ressaltar que, apesar de saírem da empresa, a Meta irá cobrir o seguro saúde dos ex-funcionários por 6 meses, haverá apoio à imigração, além deles receberem 16 semanas de pagamentos e mais 2 semanas adicionais para cada ano de serviços prestados.
Além disso, o executivo também informou que o Facebook optou por bloquear o acesso dos sistemas das pessoas que foram demitidas, entretanto, todos os funcionários receberão um e-mail informando a situação de trabalho na empresa. O procedimento deve ser igual em todos os países que possuem escritórios da companhia, e os trabalhadores serão orientados conforme as leis locais de cada sede.
Segundo a CNBC, a Meta está investindo pesado no metaverso, ou seja, no mundo digital que ainda está sendo desenvolvido, onde terá realidade virtual e headsets de realidade aumentada. A aposta ousada da empresa custou $ 9,4 bilhões (R$ 49,7 bilhões) até agora, entretanto, a previsão é que as perdas aumentem significativamente a cada ano.
Por enquanto, a Meta planeja concentrar seus investimentos em um pequeno número de áreas de crescimento de alta prioridade. Ou seja, algumas equipes podem crescer significativamente, enquanto a maioria das outras equipes continuarão estagnadas ou podem até mesmo diminuir. Por fim, Mark Zuckerberg disse em sua carta que espera terminar 2023 com aproximadamente o mesmo tamanho ou um pouco menos do que a organização atual.
Vale lembrar que em setembro deste ano, a Meta tinha mais de 87 mil funcionários, de acordo com um registro da SEC. Ademais, o principal negócio de vendas de anúncios da Meta foi diretamente afetado pelas mudanças de privacidade implementadas pela Apple, anunciantes que restringiram os orçamentos, a guerra na Ucrânia, bem como o aumento da concorrência, com a ascensão do TikTok.
Segundo informações do Terra, no último balanço financeiro, a Meta registrou uma queda de 4% na receita em comparação com o mesmo período do ano passado, sendo o segundo trimestre seguido em que houve queda na receita. A empresa de tecnologia, inclusive, chegou a perder cerca de 78% do valor de mercado em 14 meses.