Um advogado da família revelou que Fernanda é irmã do rapaz que teria puxado o gatilho, fruto do segundo casamento do pai deles, que faleceu recentemente.
Uma disputa de herança acabou terminando em tragédia na zona rural de Guarapari, no Espírito Santo. Fernanda da Silva Pereira, de apenas 23 anos, acabou sendo assassinada ao visitar um sítio que seria parte da divisão de bens do pai dos irmãos, acompanhada da mãe, da namorada e do tio para conversar com o proprietário do local.
Segundo reportagem do jornal A Gazeta, Fernanda era irmã do dono do sitio, fruto do segundo casamento do pai deles, que faleceu recentemente. Com a morte, os irmãos entraram em disputa judicial por conta da herança, e estavam tentando fazer um acordo em relação ao que fariam com o sítio, que tinha ficado para a irmã, mas o rapaz não queria sair do local.
Assim que chegaram ao local, de acordo com Luiz Maciel, advogado da família, foram recebidos pelo irmão de Fernanda e sua esposa, carregando um facão. Os envolvidos acabaram entrando em uma discussão, e o acusado teria pego uma arma e atirado duas vezes contra Fernanda, além de ainda ter atirado contra o tio e tentado acertar também a madrasta e a namorada da irmã.
De acordo com a Polícia Civil, o principal suspeito do crime é o irmão de Fernanda, que não teve o nome divulgado para a imprensa. A jovem acabou morrendo depois de receber atendimento, e o tio de Fernanda foi transferido em estado grave para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória, e o autor ainda está foragido. A namorada da vítima, que preferiu ficar anônima, disse ao jornal A Gazeta que chegou a implorar várias vezes para que o acusado parasse de atirar, mas que não teve nenhum resultado.
Fernanda chegou a ser levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Viana logo depois dos disparos, mas acabou não resistindo aos ferimentos. O irmão da vítima fugiu de carro e ainda não existem informações se ele sofreu algum ferimento, e a defesa do acusado também não entrou em contato com a imprensa.
Luiz Maciel ainda explicou que os irmãos estavam em litígio por conta da herança do pai, que tinha deixado um patrimônio para os dois após sua morte. “Ela é filha do segundo casamento e a inventariante. O sítio em questão é um dos bens que estava no inventário. Ela foi lá para conversar com ele, com a mãe dela, o tio e a namorada dela. Quando chegaram, ele e a esposa já os receberam com um facão. Houve uma discussão prévia e ele entrou em casa e pagou a arma e deu dois disparos contra a irmã, que mataram ela”, explicou o advogado.
A namorada de Fernanda explicou que a companheira queria saber como estava a situação do sítio, e que todos tinham ido até o local sem intenção de arrumar confusão ou brigas. Porém, assim que as discussões começaram, o irmão rapidamente teria entrado em caso para pegar a arma, e como a vítima estava de frente para a porta, acabou levando o primeiro disparo na barriga, e o tio também chegou a ser atingido.
Ela ainda conta que chegou a se ajoelhar pedindo que ele não atirasse mais, e que o irmão de Fernanda estava o tempo todo gritando, mandando que saíssem da propriedade. Com a ajuda da mãe, as duas carregaram a vítima até o carro, mas não conseguiram encontrar as chaves. Como Fernanda estava perdendo muito sangue, a namorada tirou a própria blusa para parar o sangramento na barriga, e assim que saiu de perto, o acusado atirou mais uma vez contra a irmã.
A mãe e a namorada de Fernanda entraram na casa em busca das chaves, mas foram ameaçadas pela esposa do suspeito com um facão, e acabaram fugindo pelo mato a pé, até chegarem a um bar, onde as pessoas ajudaram. Os familiares ainda explicam que o sítio faz parte da herança do pai, que morreu em 2020, e que o acusado tinha ido morar no local há poucos meses, sendo que ele já tinha ameaçado a irmã mais nova em outras ocasiões.
A Polícia Civil ainda informou que o caso está sendo investigado pela Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Guarapari, no Espírito Santo. Os demais nomes dos envolvidos foram preservados pelas autoridades, e a namorada de Fernanda pede por justiça, para que o irmão da vítima seja capturado e responda pelos crimes o quanto antes.
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O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.