O corpo do motorista foi encontrado no último dia 19. Mulher revelou que era humilhada na relação.
A cidade de Lacerdópolis (SC), tem estado na mídia nos últimos dias por conta de um crime brutal. A pedagoga Claudia Fernanda Tavares Hoeckler, 40, confessou ter matado o marido, Valdemir Hoeckler, um motorista de 52 anos. Após o crime, a mulher escondeu o corpo dentro de um freezer, segundo informações do UOL.
Em um vídeo gravado poucos antes de se apresentar à Polícia Civil de Santa Catarina, Claudia conta que, antes de matar o marido, lhe deu sonífero. O motivo, segundo ela, é que não queria machucar o companheiro, nem que ele sofresse. Após dar os remédios ao marido, ela ainda revelou ter usado uma sacola de plástico para asfixiá-lo.
Sobre os motivos que a levaram a matar Valdemir, a mulher relatou era vítima de ameaças de morte e agressão por parte do motorista, e que por isso não teve opção, precisava salvar a própria vida.
O corpo de Valdemir foi encontrado apenas 5 dias após o crime, na casa onde o casal morava.
Rotina de agressões e ameaças
Antes de ser presa, Claudia deu uma entrevista ao canal no YouTube do roteirista Roberto Ribeiro, ex-apresentador do Programa Investigação Criminal, e revelou que o marido não a deixava fazer nada, e que ela não tinha vida própria.
Segundo a pedagoga, Valdemir a impedia de sair com as amigas. Ela revelou que, quando ia ao salão de beleza, precisava voltar para casa de cabelo molhado porque ele vivia reclamando da demora.
Claudia também relatou sobre os momentos felizes ao lado do marido e também dos episódios de agressão. Segundo ela, o marido a agredia em lugares onde as marcas não ficariam visíveis para outras pessoas, e revelou que certa vez ele passou a noite inteira dizendo que iria matá-la se ela não o obedecesse e não ficasse com ele.
A acusada explicou que as agressões quase sempre ocorriam no quarto do casal e que ela sofria calada.
As discussões eram frequentes, e conforme relatou na entrevista, em um desses episódios, ela tentou se jogar do carro em movimento, porque “preferia morrer do que viver aquele inferno”.
Claudia também relatou que na noite anterior ao assassinato, foi agredida e ameaçada de morte pelo motorista. Um dia antes do crime, ela teria tentado convencer Valdemir a deixá-la viajar com as amigas, mas ele teria respondido que se acordasse e não a visse, a mataria quando ela voltasse para casa.
A ameaça fez com que Claudia tivesse um surto e cometesse o crime. A mulher ainda relatou que, enquanto asfixiava o marido pensou em parar, mas que desistiu, porque pensou que se ele acordasse, iria matá-la.
“Estou leve”
A pedagoga se mostrou tranquila com o acontecido: “Vou estar presa, mas estou leve. Tive que tomar essa decisão, porque vi que era ele ou eu. Ele não ia me deixar em paz nunca”, declarou.
Na entrevista, ela também falou um pouco sobre história de vida, marcada por abandono e agressão. A pedagoga relatou que é filha de garota de programa, e que nos primeiros anos de vida foi criada por uma desconhecida, porque o pai a deixou. Claudia engravidou na adolescência e revelou que seu padrasto teria praticado abuso sexual contra ela.
Prisão
Claudia teve a prisão temporária decretada no último dia 21, pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Na audiência de custódia, que aconteceu no dia seguinte, a defesa pediu para que a prisão fosse convertida em domiciliar, com monitoramento eletrônico, segundo UOL.
O representante de Claudia, Claudio Dalledone, argumentou que ela era uma mulher que sofria maus-tratos psicológicos e físicos, e que matou para preservar a própria vida. Ele ainda pontuou que ela fez usou de medicamento porque não teria coragem de esfaquear ou atirar em Valdemir, que a colocou em uma situação em que “ou ela matava ou morria”.