O desparecimento do motorista de aplicativo Edenilson Bernardo Pereira de Souza, de 68 anos, no bairro Vista Alegre, em São Gonçalo, completou 17 dias. Daniele Velzi, de 34 anos, uma das filhas do aposentado, gravou um vídeo pedindo ajuda por pistas que pudessem ajudar na investigação do paradeiro. “Estamos aflitos”, diz a filha na gravação.
No dia 14 de novembro, Edenilson saiu de casa por volta das 6h para trabalhar. Naquele dia, ele aceitou pelo aplicativo uma corrida de Niterói para São Gonçalo, municípios vizinhos. O carro, um Nissan Versa, cor prata e sem película nos vidros foi visto pela última vez no bairro Vista Alegre, São Gonçalo, ainda naquela manhã.
Daniela contou que o pai trabalhava como motorista de aplicativo há quatro anos. E que, nesse período, nunca havia acontecido nada com ele. Ela explicou ainda que o idoso tinha o costume de pegar corridas das 6h às 9h30, voltando para casa por volta das 10h, para lanchar e para levar o neto autista a sessões de terapia. Na última segunda-feira, não voltou, e o celular dele estava desligado.
Desde que o pai desapareceu, todos da família seguem uma rotina de medo e angústia. Mesmo sem saber o que pode ter ocorrido, os parentes têm a esperança de que o motorista seja encontrado com vida.
— Esses dias passei com o meu marido na porta de um cemitério. Vi as pessoas enterrando alguém. Aquilo me deixou arrasada. Porque me fez pensar se viverei a mesma coisa. Eu ainda espero que meu pai esteja vivo. Mas caso ele não esteja, será que eu vou ter um corpo para enterrar? Ficar sem respostas é horrível. O sentimento de angústia não sai do meu peito. Por isso, peço para que, se alguém souber de alguma coisa que possa nos ajudar, que avise. Liguem para o disque denúncia (21-2253-1177), caso tenham visto algo. É angustiante não saber o que aconteceu — desabafou Daniela.
— Minha mãe ligou para a Uber, que não nos ajudou em nada. Já quando ligamos para a 99 eles foram super solícitos e passaram os itinerários deles naquele dia. Meu pai é idoso e tem diabetes. Ele não é aposentado e por isso precisava trabalhar. Minha preocupação é que ele tivesse passado mal ou algo grave acontecido — explicou Daniela.
O caso está sendo investigado pelo Setor de Descoberta de Paradeiros da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG). Até o momento, não há informações do que pode ter acontecido.
Em nota, a 99 afirmou que a empresa se solidariza com a família e vai cooperar com as autoridades responsáveis para que Edenilson seja encontrado. A empresa responsável pelo aplicativo de transporte individual ainda alegou que, após as apurações, não identificou intercorrências nas corridas realizadas pelo condutor na plataforma.
Já a Uber alegou que não podia ter dado mais informações à família por conta do Marco Civil da Internet, lei federal que regula qualquer tipo de compartilhamento de dados no Brasil. A empresa afirma que a legislação não permite a disponibilização das informações solicitadas, só caso as autoridades pedissem. Mas que se encontra à “disposição das autoridades para colaborar com as investigações”.