Adolescente deixou a UTI e agora se encontra no setor semi-intensivo.
O pai da adolescente Thais Pessotti da Silva, de 14 anos, declarou que a filha venceu e renasceu, após a adolescente ter alta médica da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nesta quarta-feira (7).
Segundo o G1, a jovem foi baleada na cabeça no ataque a duas escolas em Aracruz, no Espírito Santo. No total, o atentado deixou quatro mortos e 12 feridos. O assassino é um atirador de 16 anos que estudou até junho deste ano em uma das escolas atacadas.
Ele foi apreendido horas depois de cometer o crime. Até o último boletim da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), Thais apresentava estado de saúde estável e havia sido transferida para o setor semi-intensivo do Hospital Nossa Senhora na Glória Dra. Milena Gottardi em Vitória.
Almir Rogério da Silva, pai da estudante, comentou que a filha está lutando pela vida. Emocionado, o homem comentou que muitas fases estão por vir ainda e que o caminho será longo e cheio de incertezas e vitórias. No entanto, reconheceu que com fé ela irá vencer cada etapa, junto com o Deus do impossível.
Boletim dos feridos
Até o último boletim apresentado pela Sesa, duas pacientes continuavam internadas no Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves (HEJSN), na Serra. Uma delas é a professora de inglês Degina Rodolfo de Oliveira Fernandes, de 37 anos. Ela apresenta estado de saúde estável e segue em leito semi-intensivo.
Além de Degina, conforme a Secretaria Estadual de Saúde, uma mulher de 51 anos apresenta quadro clínico estável e está internada na enfermaria. O próximo boletim deve ser enviado nesta sexta-feira (9), depois da conclusão das visitas médicas e multiprofissionais aos pacientes.
O ataque
No dia 25 de novembro, um ataque a duas escolas tirou a vida de quatro pessoas e deixou 12 feridas em Aracruz, Norte do Espírito Santo. A investigação apurou que o homicídio foi planejado há dois anos atrás por um assassino de 16 anos, que estudou até meados de junho no colégio estadual atacado. O criminoso usou duas armas do pai, um policial militar da cidade.
Os disparos ocorreram por volta de 9h30 na Escola Estadual Primo Bitti e em uma instituição de ensino particular localizada na mesma via, em Praia de Coqueiral, a 22 km do centro do município. Aracruz, onde os ataques aconteceram, fica a 85 km ao norte da capital.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, o menino invadiu primeiramente a escola estadual com uma pistola e efetuou diversos disparos logo assim que entrou no estabelecimento. Depois, se direcionou até a sala dos professores, onde realizou novos disparos. Duas professoras foram mortas na unidade.
Em seguida, o atirador deixou o local e foi de carro até a escola particular Centro Educacional Praia de Coqueiral, que fica na mesma região. Na unidade, uma aluna foi morta. Após o segundo ataque, o assassino fugiu em um veículo. Ele foi apreendido ainda na tarde de sexta-feira.
No sábado (26), a Polícia Civil revelou que o criminoso deve responder por ato infracional análogo a três homicídios e a pelo menos 10 tentativas de homicídio qualificadas. Neste mesmo dia, uma professora baleada que estava internada, acabou morrendo.
Família do atirador
Vizinhos da família pontuaram que o atirador era visto fazendo caminhada e corrida ao lado do pai PM. No entanto, ultimamente, o rapaz interagia somente com seus familiares. Prova viva disso é que no aparelho celular apreendido pela polícia logo após o crime ser cometido, só havia dois contatos registrados: “pai” e “mãe”.
O adolescente evitava contato visual, vivia de óculos escuros e costumava desviar o olhar quando alguém o cumprimentava. Sem a companhia do patriarca, exercitava-se em uma academia comunitária aproximadamente 200 metros de sua residência e andava de moto pelas ruas da região.
Como apontado pelo Yahoo, o assassino passou a se isolar ainda mais durante a pandemia, fazendo com que seu pai forçasse uma aproximação maior com o herdeiro. Colegas de farda do profissional disseram que ele começou a estudar psicanálise para proporcionar uma melhor criação do filho, que demonstrava alterações comportamentais, desde a infância.
Por essa razão, o pai do garoto de 16 anos até deixou de consumir bebidas alcoólicas socialmente nos últimos anos para tentar ajudá-lo. Investigações do caso indicam que o policial militar teria comprado o livro “Minha Luta”, escrito pelo ditador nazista Adolf Hitler, com a finalidade de interagir mais com o garoto, que utilizou uma suástica em seu braço direito fixada na roupa camuflada a qual usou no ataque às escolas.
Se você presenciar um episódio de violência contra crianças ou adolescentes, denuncie o quanto antes através do número 100, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.
O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, mulheres, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.
Também é possível denunciar casos de maus-tratos e negligência a crianças e adolescentes nos Conselhos Tutelares, Polícias Civil e Militar e ao Ministério Público, bem como através dos números Disque 181, estadual; e Disque 156, municipal.