Assassina justificou o crime afirmando que era vítima de violência doméstica.
A pedagoga Claudia Fernandes Tavares Hoeckler, de 40 anos, presa por assassinar o marido, Valdemir Hoeckler, 52, e esconder o corpo no freezer da casa onde viviam, deu detalhes sobre o crime.
Segundo o Metrópoles, a mulher afirma ter sido vítima de violência doméstica e experimentado uma sensação de liberdade após cometer o assassinato. Ao canal Beto Ribeiro, no Youtube, ela contou que iria cumprir a pena e ir para a cadeia.
Claudia narrou situações de violência em que o homem ameaçava a filha do casal e ela. O estopim foi quando Valdemir teria proibido a esposa de viajar com suas colegas de trabalho. Ela relata que no domingo (13/11) pediu para ir e o homem a agrediu negando o pedido.
Contou que se fosse viajar, ele iria buscá-la onde estivesse e a mataria. A pedagoga disse que teve um surto e pensou que já que alguém morreria, que fosse ele. Ela confessou ter dado remédio para o marido dormir, o asfixiando na sequência.
A Record TV conseguiu um depoimento exclusivo de Claudia dando detalhes de como dopou e assassinou Valdemir. Ela explicou à polícia as alegações de que cometeu o homicídio por não aguentar mais sofrer nas mãos do companheiro e pai de seus filhos. A versão não convenceu a ex-mulher nem os filhos do primeiro casamento do caminhoneiro. Veja:
Hematomas
Segundo o Yahoo, Valdemir Hoeckler foi encontrado morto dentro de um freezer no imóvel do casal em 19 de novembro, no município de Lacerdópolis (SC). Ele estava desaparecido há pelo menos quatro dias.
Durante as investigações, na época do desaparecimento da vítima, Claudia foi submetida a um exame de corpo de delito por conta de lesões e hematomas que apresentava, semelhantes a agressões.
O advogado que a representa, Claudio Dalledone, pontuou que a réu era uma mulher maltratada física e psicologicamente e que matou com a finalidade de preservar a própria vida, agindo em legítima defesa. Ela chegou a dormir ao lado do freezer em que escondeu o corpo do homem com quem foi casada.
Detalhou que Claudia usou sonífero como estratégia para dopar o esposo, porque não teria coragem de esfaqueá-lo ou atirar nele. Enfatizou que Valdemir teria a colocado em uma situação que, ou ela matava, ou morria.
Relatos de vizinhos e amigos à polícia, apontam que a criminosa chamou atenção pelo cuidado em excesso com o eletrodoméstico, onde estava o cadáver do homem de 52 anos. Quando ele ainda era dado como desaparecido e haviam sido organizadas vigílias com pessoas em sua moradia, Claudia fazia questão de sempre dormir na sala, com visão para o freezer.
Gilmar Bonamigo, delegado responsável pelo caso, entrega que uma vizinha ajudou na alimentação das equipes [as quais fizeram buscas pela vítima, até então, desaparecida] e a suspeita ficava observando se ela ou outras pessoas iriam até o freezer. Caso alguém precisasse de alguma coisa, a mulher buscava. O corpo estava coberto por alimentos, ficando embaixo deles.
Suspeita agiu sozinha
A suspeita é de que Claudia tenha agido completamente sozinha. A princípio, ela teria asfixiado o marido em um processo longo, com duração de aproximadamente duas horas. Bonamigo avaliou que a assassina teve muita dificuldade em ajeitá-lo dentro do freezer, já que o homem pesava em torno de 100 quilos.
Ainda em sua avaliação, por ser uma mulher que trabalhou na roça a vida inteira e lida com gado de leite, ela teve força suficiente para colocá-lo lá. O crime chocou a população da pequena cidade catarinense!
Em 21 de novembro, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina decretou a prisão temporária de Claudia Hoeckler. Na audiência de custódia, realizada no dia seguinte, a defesa pediu a conversão da prisão em sistema domiciliar, com monitoramento eletrônico.