Presidente Bolsonaro fez a concessão como um presente de aniversário para Silvio Santos.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) teria renovado a concessão pública do SBT por mais 15 anos, segundo o informado pelo site Terra. A medida teria sido realizada como um presente de aniversário para Silvio Santos, que completou 92 anos no dia 12 de dezembro. A concessão foi publicada no Diário da União no dia seguinte (13/12). Já a renovação da concessão da emissora dos Marinho, a Globo, venceu em outubro deste ano (2022).
Faltando 17 dias para o fim do mandato, Bolsonaro teria renovado a concessão do SBT. A resolução também foi assinada pelo genro de Silvio Santos, que é o atual Ministro das Comunicações do governo Bolsonaro, Fábio Faria, que é casado com Patrícia Abravanel. Os dois teriam três filhos e segundo a jornalista Mônica Bergamo, os dois estariam super bem.
Boatos têm corrido o planalto central afirmando que Patrícia Abravanel e Fábio Faria estariam enfrentando uma crise em seu casamento, que teria sido desencadeada durante a campanha eleitoral de Jair Bolsonaro (PL).
Fábio Faria é um dos integrantes mais próximos do atual presidente e teria mergulhado de cabeça na disputa eleitoral contra o máximo rival de Jair Bolsonaro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para quem perdeu as eleições presidenciais com uma margem mínima, sendo até considerada uma disputa histórica.
Segundo a colunista Monica Bergamo, era do interesse de Patrícia Abravanel que seu marido fosse mais presente na vida da família e que ele diminuísse o ritmo dos trabalhos no meio político, que é tido para Faria como uma paixão. Nas eleições presidenciais, Faria foi um dos coordenadores de campanha do presidente para a reeleição.
SBT, Globo e Record
Segundo a Folha de São Paulo, Silvio Santos inaugurou o Sistema Brasileiro de Televisão há 41 anos. ele teria recebido a concessão da TVS Rio em 1975, mas só conseguiu estrear no ano seguinte. Somente em 1981 Silvio Santos teria vencido a concorrência para outras concessões e acabou criando uma rede em São Paulo.
A renovação da sede carioca teria surpreendido a alta cúpula do SBT, devido ao modo silencioso com que a questão da concessão foi tratada. Algo diferente com o que tem ocorrido com a Globo e seus canais no território brasileiro.
Durante seu mandato, Jair Bolsonaro mencionou em algumas ocasiões que não renovaria as concessões do Grupo Globo em seu governo. O uso desse discurso pelo presidente foi porque ele teria se visto pressionado por noticiários da emissora carioca, para a prestação de contas sobre suas ações exercidas durante seu período de governo. Já a SBT e a Record teriam prestado um certo tipo de subserviência pela linha editorial desde 2019.
De acordo com o apurado pela colunista Monica Bergamo, o Grupo Globo teria apresentado requerimento para a renovação da concessão no dia 20 de setembro deste ano (2022) ao Ministério das Comunicações. A renovação abrangia as emissoras de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Recife. A última renovação de concessão foi feita pelo presidente agora eleito, Luiz Inácio Lula da Silva em 2008, que comandava o país à época.
Bolsonaro cumpriu parte de suas ameaças, em dificultar o processo de renovação da concessão do Grupo Globo, tanto que a concessão só foi assinada na última terça-feira (20/12). A nova outorga deverá valer até 2037.
Segundo o site Terra, o ápice da tensão entre Bolsonaro e TV Globo teria acontecido em outubro de 2019. Em uma de suas transmissões por internet, o atual presidente teria subido o tom contra sua maior inimiga na mídia.
À época, após o discurso inflamado do presidente, que avisou que não teria “jeitinho” para o Grupo Globo, para a renovação da concessão, apoiadores do presidente Bolsonaro começaram a espalhar nas redes sociais que o grupo carioca tinha “dívidas bilionárias” com a União e esse teria sido o maior argumento para negar uma possível renovação de concessão para a TV Globo.
Às vésperas do 1º turno presidencial deste ano, o grupo da família Marinho teria protocolado no Ministério das Comunicações, sob tutela de Fábio Faria, o pedido de mais 15 anos de licença para transmissão.
Ainda conforme as apurações do site Terra, os técnicos do Ministério das Comunicações teriam revisado as situações fiscais, econômicas e trabalhistas da emissora, na tentativa de achar algum impeditivo para a não concessão de licença. Sem encontrar nada concreto que pudesse colocar a concessão da Globo em risco, Bolsonaro teve que adiar ao máximo a concessão, mas acabou cedendo a dias de terminar seu mandato.
Existiam rumores de que o presidente deixaria a decisão para Lula, que assume no dia 1º de Janeiro de 2023, por não querer dar o braço a torcer em relação à Globo. Na prática, segundo os analistas consultados pelo Terra, a Globo poderia vir a contestar a decisão, caso o presidente assinasse a outorga para as outras empresas, menos para o grupo carioca.
A decisão de Bolsonaro teria sido tomada para evitar maiores polêmicas, já que o presidente está a dias de deixar o mandato.
O presidente também renovou as concessões para a Record, SBT e Grupo Bandeirantes.