Uma mulher de 34 anos está internada em estado grave após ser agredida com marteladas na cabeça pelo ex-companheiro.
O crime aconteceu na comunidade Asa Branca, em Curicica, na Zona Oeste do Rio, na madrugada desta quarta-feira. O Corpo de Bombeiros foi acionado às 5h40 para atendimento a uma gestante na Rua Esperança.
No local, a vítima foi encontrada desacordada e foi encaminhada para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Moradores da região afirmam que a mulher teve o rosto desfigurado e que seus cinco filhos presenciaram as agressões.
De acordo com a Associação de Moradores da Asa Branca, o agressor é pai dos filhos da vítima, que não aceitava o fim do relacionamento.
Há cerca de dois anos, ela morava na comunidade da Zona Oeste, depois de ter fugido do homem, por sofrer violência doméstica. A mulher estava grávida de um novo relacionamento.
Moradores afirmam ainda que, na tarde de terça-feira, o homem esteve na favela, após descobrir o endereço da vítima. Ele, que é morador de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, foi expulso da região, mas retornou durante a madrugada e invadiu a residência da família.
Testemunhas afirmam que a mulher foi encontrada desacordada após os filhos gritarem por socorro. A vítima foi gravemente ferida no rosto e passou por um procedimento cirúrgico nesta tarde.
Policiais do 18ºBPM (Jacarepaguá) foram acionados pela manhã para verificar a ocorrência de lesão corporal. No local, os agentes encontraram a vítima já sendo socorrida e apreenderam o martelo que teria sido usado no crime.
Em nota, a Secretaria municipal de Saúde, afirmou que a mulher foi transferida para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, para ser avaliada pela neurocirurgia. Ela estava grávida de oito meses e precisou fazer um parto cesárea de emergência.
A vítima segue em estado grave e a criança tem estado de saúde estável, mas delicado.
O caso é investigado pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, que um instaurou inquérito para apurar o crime de tentativa de feminicídio.
Segundo a Polícia Civil, a perícia foi feita no local e o martelo usado para praticar o crime foi apreendido.
Testemunhas são ouvidas e outras diligências seguem para localizar o autor do crime.
A mulher teve que passar por uma cesariana de emergência, aos sete meses de gestação.
Familiares de Vanessa Brito dos Santos, de 34 anos, afirmam que a bebê passa bem. Eles acusam o ex-companheiro pelas agressões e afirmam que ele não aceitava o fim do relacionamento.
“Já tinha dez meses que ela estava separada dele. Ela conviveu com ele durante 17 anos. E sempre sofrendo ameaças, sofrendo agressões, até que ela decidiu largar ele. Estava separada dele, mas ele vinha a ameaçando”, disse a irmã da vítima.
Vanessa teve ferimentos graves na cabeça e no rosto. De acordo com a Polícia Civil, o caso é tratado como uma tentativa de feminicídio. O caso é investigado pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá.
Filha pediu socorro
Um pé-de-cabra foi usado para arrombar a porta da casa onde a gestante estava e um martelo foi usado nas agressões.
O local ficou com muitas marcas de sangue espalhadas. Os policiais apreenderam os utensílios que teriam sido usados para agredir Vanessa.
A filha da vítima conseguiu pedir socorro após as agressões, mas ela já estava desacordada.
“Ele invadiu a casa dela de madrugada e pegou o martelo. Foi com martelo, invadiu a casa dela e deu muita martelada na cabeça dela, na cara dela, batendo muito nela com o martelo. E ela pegou e saiu desacordada. Minha sobrinha ali pediu socorro, ele conseguiu fugir”, contou a irmã de Vanessa.
Ameaças frequentes
A grávida foi levada, inicialmente, para uma unidade de saúde em Curicica. Depois, ela foi levada para o Hospital Miguel Couto, onde passou por uma cirurgia.
De acordo com a família, o ex-companheiro conseguiu fugir. Eles dizem que ela se separou por conta de ameaças e de agressões frequentes que ela vinha sofrendo.
O casal tinha cinco filhos e Vanessa esperava o sexto.
Para tentar fugir das agressões, ela se mudou de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, onde ela vivia com o então companheiro, para Curicica, onde estava morando.
Se você presenciar um episódio de violência contra a mulher ou for vítima de um deles, denuncie o quanto antes através do número 180, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.
O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.