O Exército deu até as 8h50 para os golpistas acampados em Brasília deixarem a praça em frente a seu quartel-general na manhã de hoje. Ao ouvir a informação, uma jornalista da Rede Globo que estava infiltrada entre os extremistas tentou voltar para o carro da emissora.
Não foi possível. O acampamento estava cercado. Sob o risco de ser embarcada em um ônibus e encaminhada para a Polícia Federal, a profissional e um segurança procuraram um oficial do Exército. Muitas explicações e ligações foram prestadas.
A jornalista puxou um oficial de canto e se identificou.
Ele bateu o pé e não acreditou na versão.
A jornalista entrou em contato com fontes na Polícia Militar.
Um oficial da PM confirmou que ela era da Globo.
O Exército não aceitou uma identificação por telefone.
Sem conseguir resolver a situação, a produtora ligou para a chefia na Rede Globo e informou a sobre possibilidade de ser encaminhada à PF.
Nessa hora, a situação piorou porque uma mulher ouviu e começou a dizer que também era da imprensa para tentar se safar. Mas, diferentemente da manifestante golpista, a jornalista tinha meios de provar que trabalha na TV.
A emissora entrou em contato com o Exército comunicando a situação.
O Exército aceitou liberar a jornalista se a chefia da Globo procurasse os militares que estavam na operação.
A ligação telefônica foi feita, e a jornalista não seguiu para a PF.
A situação durou cerca de 50 minutos. Sabendo do risco que uma produtora da Globo correria, os militares tomaram cuidados para que a equipe não fosse agredida.
Homens ficaram ao lado da produtora e do segurança o tempo todo.
Ela não foi colocada em ônibus com golpistas até que o caso se resolvesse.
Todo o tempo os integrantes do Exército foram amistosos.