Polícia Civil de São Paulo teve acesso a mensagens orquestrando os planos.
A Polícia Civil de São Paulo investiga um plano de execução de cinco agentes da penitenciária feminina do Carandiru. O esquema foi descoberto por policiais após cartas serem encontradas.
Segundo o portal R7, haviam mensagens escritas por detentas nas correspondências, e em seguida, elas eram repassadas a integrantes do PCC para que autorizassem a ação contra as agentes vitimadas.
Crime e poder: PCC movimenta R$ 1 bilhão e tem ‘batizados’ fora do país
Conforme informações do portal UOL, o PCC (Primeiro Comando da Capital) até parece uma multinacional bem-sucedida. Isso porque o grupo possui atuação internacional e movimenta milhões de reais todos os meses, além de contar com milhares de membros e possuir rigidez nos negócios e na hierarquia interna.
Com atuação em quase todo o território nacional, mais de 30 mil membros e movimentação financeira que ultrapassa a faixa de R$1 bilhão, o PCC é uma das principais e maiores organizações criminosas da América do Sul.
Confira a reportagem referente ao plano arquitetado pela presidiárias:
A facção voltou a chamar atenção da mídia depois que vieram à tona detalhes sobre a morte de um suposto ‘jurado’ do tribunal do crime do PCC. Israel Costa da Sena Silva foi localizado decapitado em Itaquera, zona leste de São Paulo.
Ao lado do corpo, havia um papel com a inscrição “ganso”, a qual significa informante da polícia, na gíria dos criminosos. Os tribunais do crime decidem o destino de pessoas que acabam infringindo as regras da facção, sendo uma das muitas características do PCC.
Início e ataques de 2006
A facção foi fundada em agosto de 1993 na Casa de Custódia de Taubaté, interior paulista, na esteira do massacre do Carandiru, de 1992, quando ao todo 111 presos da Casa de Detenção de São Paulo foram mortos pela PM após uma rebelião.
O PCC se estruturou realmente a partir de maio de 2006, quando matou 59 agentes de segurança e comandou rebeliões em cerca de 74 presídios no estado de São Paulo. O grupo também chegou a decretar toque de recolher em várias regiões do estado. Os ataques ocorreram em represália ao isolamento de presos na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau.
Organização mafiosa
Conforme o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), diante desse episódio a quadrilha passou a adotar um rígido código disciplinar e uma estrutura de poder com escalões hierárquicos.
Para a maioria das pessoas, o PCC já pode ser considerado uma máfia. Uma das personalidades que encara a organização criminosa é o promotor de justiça Lincoln Gakiya, responsável diretamente pela investigação da facção.
Em uma entrevista feita à Band no ano passado, ele falou que o que faltava para o PCC se tornar uma organização mafiosa de vez era a lavagem de dinheiro no exterior, o que no entanto, já vem acontecendo com mais força. As finanças da facção cresceram de maneira alarmante nos últimos anos.
Faturamento em alta
Documentos de 2003 e 2019, os quais foram apreendidos com contadores e tesoureiros do PCC, apontam que a movimentação financeira da facção criminosa aumentou em torno de 160 vezes em apenas 15 anos.
De setembro de 2004 a junho de 2005, a movimentação estava na casa de R$6,2 milhões (uma média de R$688 mil por mês). A cifra subiu para aproximadamente R$1 bilhão entre abril de 2018 e julho de 2019 (média de R$66 milhões mensais).
Pelo menos 20 réus foram acusados de movimentar R$1,2 bilhão do PCC de janeiro de 2018 até julho de 2019. Apenas um dos braços financeiros do PCC é acusado de ter movimentado R$32 bilhões em quatro anos, de acordo com um processo na Justiça Federal.