A aluna da Universidade Federal do Piauí, Janaína da Silva Bezerra, morreu ontem após ter sido estuprada e ter tido o pescoço quebrado em uma calourada em um prédio da instituição, em Teresina.
Um homem que estava com a vítima foi preso suspeito de feminicídio e estupro.
Um laudo do Instituto de Medicina Legal do Piauí apontou indícios de violência sexual e que a causa da morte foi um “trauma raquimedular [lesão na medula] por ação contundente”.
O diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Francisco Baretta, afirmou que houve estupro.
Segundo o laudo, houve uma contusão na coluna vertebral, o que causou a lesão da medula espinhal e a morte. A lesão pode ter sido causada por pancada, que teria torcido ou traumatizado a coluna vertebral, conforme a médica legista.
Uma das possibilidades investigadas é a ação das mãos no pescoço da vítima “com intuito de matar ou fazer asfixia, queda, luta, dentre outras possibilidades que estão sendo analisadas”.
Em depoimento à Polícia Civil, o suspeito afirmou que conhecia a vítima e que teriam “ficado” em outras ocasiões.
Segundo a polícia, ele disse ainda que ambos estavam em uma calourada na UFPI e que, por volta das 2h, teria convidado a jovem para ir a um corredor. Em seguida, foram a uma das salas de aula onde, segundo depoimento do suspeito, “praticaram sexo consensual e que após a prática sexual a vítima teria ficado desacordada”.
Ele alega que permaneceu ao lado do corpo da vítima durante a madrugada e solicitou socorro à segurança da universidade por volta das 9h, que conduziu a vítima ao Hospital da Primavera, onde foi constatada a morte.
A Polícia Civil pediu a prisão preventiva do suspeito. Segundo o DHPP, o inquérito policial será concluído em até dez dias.
Festa não tinha autorização, diz universidade
A UFPI publicou uma nota em que lamentou o fato e informou que o evento não tinha autorização para ocorrer. A universidade disse, ainda, que o reitor determinou a instauração de um processo administrativo para a apuração dos fatos.
Segundo a universidade, a Coordenadoria de Segurança e Vigilância encontrou nas imediações da sede do Diretório Central dos Estudantes (DCE), a jovem desacordada. Segundo a instituição, ela foi levada por uma equipe de seguranças para o Hospital da Primavera.
“Todas as providências para colaborar com as investigações das autoridades policiais, como o isolamento da referida área do campus e boletim de ocorrência foram adotadas pela UFPI.”
A universidade disse ainda que está levantando todas as imagens de câmeras de segurança para a investigação.
Segundo a UFPI, a festa ocorreu “sem a autorização de qualquer autoridade da universidade, na área do DCE”.
A universidade disse ainda que “desaprova quaisquer eventos que coloquem em risco a comunidade acadêmica e preza pela segurança e bem-estar de estudantes”.
Se você presenciar um episódio de violência contra a mulher ou for vítima de um deles, denuncie o quanto antes através do número 180, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.
O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.